Bolsa tem queda de quase 3% em dia de tensão externa; dólar opera em alta
A Bolsa operava em queda na tarde de hoje, em um dia de tensão nos mercados externos. Por volta das 17h, o Ibovespa — principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) — tombava 2,33%, aos 108.842,94 pontos.
Na sexta-feira (17), o indicador já havia fechado em forte queda de 2,07%, aos 111.439,367 pontos.
Já o dólar comercial operava em alta de 1,63% no mesmo horário, sendo vendido a R$ 5,368. Na última sessão, a moeda norte-americana teve valorização de 0,33%, fechando a R$ 5,282.
A valorização do dólar e a queda da Bolsa hoje acompanham o movimento internacional de busca por segurança em meio a temores sobre o crescimento global e endividamento da gigante chinesa Evergrande, antes ainda das reuniões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Cautela
Os operadores globais têm visto muitos motivos para cautela nas últimas semanas, em meio a sinais de salto da inflação e arrefecimento do crescimento nas maiores economias do mundo, enquanto o risco elevado de default da incorporadora chinesa Evergrande gerava temores de impacto disseminado nos mercados financeiros.
"Estamos amanhecendo com forte queda das bolsas da Europa e (futuros dos) EUA, pressão nas commodities metálicas não preciosas e dólar forte", escreveu em blog Dan Kawa, CIO da TAG Investimentos.
"O que estamos observando nos últimos dias são sinais preocupantes de contágio da situação da Evergrande para outras empresas do setor na China. (...) Obviamente que o cenário na China é extremamente desafiador para o Brasil, que ainda precisa lidar com suas peculiaridades locais."
A semana repleta de reuniões de política monetária também ajudava a manter tom de cautela entre os investidores, disse em nota Ricardo Gomes da Silva, superintendente da Correparti Corretora, citando o encontro do Federal Reserve como o destaque da agenda.
O Banco Central dos Estados Unidos encerra sua reunião de dois dias na quarta-feira, e dados econômicos mistos têm embaçado as perspectivas dos investidores para o futuro do estímulo monetário na maior economia do mundo, embora a maioria espere que um anúncio de corte nas compras de títulos do Fed fique para novembro ou dezembro.
Segundo especialistas, a antecipação desse anúncio tenderia a impulsionar a divisa norte-americana globalmente, uma vez que redução de estímulos sugeriria retorno de dólares para os EUA.
No Brasil, o Banco Central também anuncia na quarta-feira sua decisão de política monetária, e o consenso do mercado é de que a taxa Selic será elevada em 1 ponto percentual, a 6,25% ao ano.
(Com informações da agência Reuters)
Este conteúdo foi gerado pelo sistema de produção automatizada de notícias do UOL e revisado pela redação antes de ser publicado.
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