Taxa média de juros para crédito atinge 21,6% ao ano, diz Banco Central
O Banco Central informou hoje que a taxa média de juros das concessões de crédito do SFN (Sistema Financeiro Nacional) atingiu, no mês de setembro, 21,6% ao ano, com altas de 0,5 pontos percentuais no mês e de 3,5 pontos percentuais em 12 meses.
Em relação ao crédito livre, a taxa média de juros atingiu 30,6% ao ano, com altas de 0,8 pontos percentuais no mês de setembro e de 4,8 pontos percentuais na comparação com setembro de 2020.
No crédito livre às empresas, a taxa média de juros situou-se em 17,1% ao ano, com incrementos de 0,9 pontos percentuais no mês e 5,6% em 12 meses.
Neste caso, o destaque é a alta de 7,1 pontos percentuais na modalidade de cheque especial, diz o Banco Central. O financiamento para aquisição de veículos avançou 1,1 ponto percentual no mesmo período.
Para as famílias, a taxa de juros das concessões atingiu 41,3% ao ano, com destaque para a alta de taxas do cartão de crédito rotativo, de 3,7 pontos percentuais.
A inadimplência continuou estável em setembro, em 2,3%, informou o Banco Central. No crédito livre houve estabilidade da inadimplência nos dois segmentos, enquanto no direcionado o segmento de empresas apresentou redução de 0,3 pontos percentuais.
Juro do crédito rotativo sobe a 339,5% ao ano
Em meio ao ciclo de alta acelerada da Selic pelo Copom (Comitê de Política Monetária), o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 3,7 pontos porcentuais de agosto para setembro, informou o Banco Central. A taxa passou de 335,8 % para 339,5% ao ano.
O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades. No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 163,6% para 168,7% ao ano.
Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 63,8% para 66,1%.
Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.
Crédito ao setor não financeiro
O crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$ 13,1 trilhões (156,3% do PIB) em setembro, com alta de 1,2% no mês, informou hoje o Banco Central. A variação mensal reflete o aumento de 2,1% nos empréstimos e financiamentos e redução de 0,8% nos títulos de dívida.
Em setembro, a dívida externa cresceu 4%, impactada pela depreciação cambial de 5,7% no mesmo período. Segundo o Banco Central, na comparação interanual, o crédito ampliado cresceu 14,7%, resultado da elevação da carteira de empréstimos do SFN e dos títulos públicos.
Já o crédito ampliado a empresas é de R$ 4,5 trilhões (54% do PIB), com alta de 3,1% no mês, influenciado pelo crescimento de 1,5% do estoque de títulos. A dívida externa ficou em 4,5%, parcialmente em função da depreciação cambial, informou o Banco Central.
Em 12 meses, a variação de 8% refletiu, principalmente, o aumento de 12,7% na carteira de empréstimos e financiamentos e de 24,2% na de títulos no período.
O Banco Central também divulgou que o crédito ampliado às famílias situou-se em R$ 2,7 trilhões (33,1% do PIB), com crescimentos de 1,9% no mês e 19,2% em doze meses, em função do desempenho dos empréstimos e financiamentos.
Estoque de crédito sobe
O estoque total de crédito no Brasil subiu 2% em setembro em relação a agosto, a R$ 4,429 trilhões, passando a responder por 52,9% do PIB (Produto Interno Bruto), divulgou o Banco Central.
No mês, a inadimplência no segmento de recursos livres ficou estável em 3%. O spread bancário no mesmo segmento subiu a 21,7 pontos percentuais, sobre 21,6 pontos em agosto.
*Com informações de Reuters e Estadão Conteúdo
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