Deputado diz que ofereceram R$ 15 milhões por voto em PEC dos precatórios
O deputado Celso Maldaner (MDB-SC) afirmou que ofereceram R$ 15 milhões em emendas parlamentares para quem votasse a favor da PEC dos precatórios, aprovada em primeiro turno na madrugada de ontem. A declaração foi feita em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pelo UOL.
Maldaner disse que esse valor foi comentado por um colega de partido que é vice-líder de governo. Ele não confirmou o nome dessa pessoa, mas o único vice-líder de governo do MDB é o deputado Lúcio Mosquini (RO). Ao Estadão, Mosquini negou ter negociado a liberação de emendas em troca de votos.
"Infelizmente, meu colega nega, mas falou na bancada", disse Maldaner ao UOL.
O deputado foi um dos 144 que votaram contra a proposta. Nas redes sociais, ele chamou a proposta de "PEC do calote" e disse que os recursos para programas sociais têm de vir de "corte de privilégios do alto escalão".
O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) liberou R$ 1 bilhão em emendas três dias antes da votação da PEC dos Precatórios, segundo um levantamento feito pela ONG Contas Abertas.
O movimento, considerado atípico, ocorreu em um momento em que a base do governo na Câmara dos Deputados lutava para conseguir apoio para aprovar a PEC, que abre espaço para o lançamento do Auxílio Brasil, o programa social que substituirá o Bolsa Família.
O governo pretende pagar R$ 400 de auxílio a cerca de 17 milhões de famílias até o fim de 2022, ano em que Bolsonaro tenta a reeleição.
Instrumento polêmico
As emendas do relator geral do Orçamento são um instrumento que têm gerado polêmica dentro e fora do Congresso. Por meio delas, o relator do Orçamento consegue direcionar recursos a parlamentares que apoiam propostas do governo.
A liberação dos recursos, no entanto, depende do Executivo. Daí o instrumento ser utilizado às vésperas de votações importantes.
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