Ricardo Barros diz que Bolsa Família era 'clientelismo do governo'
O deputado federal Ricardo Barros (PP-PR) afirmou que a segunda votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos Precatórios na Câmara será amanhã, independentemente de quórum. Segundo o líder do governo, um dos principais pontos da PEC é liberar orçamento para criar o Auxílio Brasil.
O novo programa é a solução do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) para substituir o Bolsa Família. "O que o Auxílio Brasil quer é que depois de um tempo não se precise mais do governo, o Bolsa Família era clientelismo do governo", comparou em entrevista à GloboNews.
"A democracia é assim: toda vez que a oposição perde, ela tenta criar um terceiro turno. Querem votar contra os R$ 400 de auxílio, contra socorrer os mais pobres, contra a rampa de ascensão social", criticou.
A apreciação do texto da PEC já foi adiada algumas vezes devido à baixa presença de deputados. No entanto, o líder do governo disse que há pressa de aprovar a proposta para implementar em dezembro o Auxílio Brasil, na virada para o ano eleitoral de 2022.
Assim, ele confirmou que a votação da Câmara acontecerá amanhã "de qualquer forma, temos um prazo para aprovar e implementar. Os parlamentares estão convocados e vamos aprovar".
Para ser aceito, o texto precisa ser apreciado duas vezes na Câmara antes de seguir para avaliação do Senado. Além de abrir espaço orçamentário para o programa social, a PEC revê formas de quitar os precatórios, que são dívidas do governo com pagamento estabelecido pela Justiça. Por isso, é chamada por críticas de "PEC do calote".
STF pede explicação da Câmara
Ontem à tarde, a ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber concedeu um prazo de 24 horas para que a Câmara se pronuncie sobre a primeira votação da PEC dos Precatórios.
Isso porque uma ação do PDT questiona a apreciação remota de parlamentares que estavam em missão oficial na COP26, realizada na Escócia. O grupo de deputados federais contesta a mudança de regimento interno feita pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para permitir que parlamentares em viagem pudessem votar.
Para Barros, a reação é, na verdade, contra o presidente da República. "Não entendo a oposição desconfortável, porque ela sempre quis defender os pobres. Mas, pela repercussão que pode favorecer Bolsonaro, eles votam contra para derrotar Bolsonaro, não vai dar certo", falou.
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