IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

O que faz um consultor financeiro, como o ex-motoboy de Bruna Marquezine?

Bruno Araújo, o ex-motoboy que levou Bruna Marquezine no Carnaval de Salvador em 2019 - Arquivo pessoal
Bruno Araújo, o ex-motoboy que levou Bruna Marquezine no Carnaval de Salvador em 2019 Imagem: Arquivo pessoal

Matheus Adami

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/12/2021 20h39

Bruno Araújo, ex-motoboy que ganhou fama por ter transportado a atriz Bruna Marquezine durante o Carnaval de 2019, em Salvador, voltou ao noticiário. Ele virou consultor financeiro e diz receber, no mínimo, R$ 10 mil mensais. Comprou até uma moto BMW.

Mas o que faz exatamente um profissional como Araújo? O que é necessário para exercer a função? Qual é a diferença entre o consultor financeiro e os demais trabalhadores do mercado de finanças? Entenda a seguir.

Consultor financeiro: o que faz?

Gustavo Dias, consultor financeiro desde 2016 e um dos fundadores da Duoo Finanças Pessoais, explica que o profissional de consultoria financeira é, antes de tudo, versátil.

"O consultor financeiro é um dos vários profissionais da área financeira que auxiliam o cliente pessoa física com informações para que ele saiba como tomar as melhores decisões envolvendo suas finanças. Por exemplo, como avaliar os juros de empréstimo, comparar as diferentes formas de comprar um bem, auxiliar com o fluxo de caixa, explicar como montar a reserva de emergência e diversificar os investimentos."

De acordo com o profissional, enquanto um assessor de investimentos é mais focado em formatos para investimentos financeiros, o consultor tem um leque maior de atuação.

"A gente fala de tudo: dívidas, fluxo de caixa e investimentos. Na minha empresa, somos mais voltados para educação financeira. Nas corretoras, ainda não existem serviços de empréstimos. Por isso, o assessor não ajuda nisso."

Quanto vale o trabalho?

Se Bruno Araújo afirma que recebe no mínimo R$ 10 mil mensais pelos serviços, Gustavo Dias explica que a remuneração é variável.

"A forma de remuneração pode variar conforme a atuação do consultor e se ele é independente ou vinculado a alguma empresa. Há empresas que cobram uma porcentagem da renda da pessoa. Outras recolhem uma porcentagem do patrimônio que será investido, e outras um valor fixo pela mentoria", disse.

Dias afirma que, na Duoo Finanças, a cobrança varia "pela complexidade do perfil e por plano de acompanhamento". "Uma pessoa que tenha de zero a R$ 5.000 para investir é classificada como poupadora, e o acompanhamento dessa pessoa por 12 meses fica em R$ 180 por mês."

Precisa de certificação?

Não. De acordo com Gustavo Dias, o mais comum atualmente é que o interessado em trabalhar como consultor financeiro busque uma certificação chamada CFP - sigla para Certified Financial Planner, ou planejador financeiro certificado, em português.

"A Certificação CFP é uma certificação internacional, de caráter não obrigatório, que prepara o profissional para o exercício da atividade de planejador financeiro pessoal."

Ou seja: não é necessário que o profissional tenha ensino superior em uma área diretamente ligada a finanças, como economia ou administração de empresas.

Outra certificação internacional com bastante peso na área é a de CFA (Chartered Financial Analyst).

Em outras áreas do mercado financeiro, há exigências de certificações. A Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) emite algumas certificações.

As mais conhecidas são:

- CPA-10 (Certificação Profissional Anbima Série 10), destinada a quem atua em distribuição de produtos de investimento em agências bancárias ou plataformas de atendimento.

- CPA-20 (Certificação Profissional Anbima Série 20), focada em distribuição de produtos de investimento para clientes dos segmentos varejo, alta renda, private, corporativos e investidores institucionais em agências bancárias ou em plataformas de atendimento.

- CEA (Certificação Anbima de Especialistas em Investimento), que habilita profissionais do mercado financeiro a atuarem como especialistas em investimentos

- CGA (Certificação de Gestores Anbima), que habilita profissionais a atuar com gestão de recursos de terceiros em fundos de investimento de renda fixa, ações etc.

Existem, também, certificações oferecidas pela Apimec (Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais). A mais conhecida é a CNPI (Certificado Nacional de Profissional de Investimento).