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IR: Defasagem da tabela chega a 134,52% e faz brasileiro pagar mais imposto

Sem a correção da tabela, brasileiros pagam cada vez mais impostos - Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Sem a correção da tabela, brasileiros pagam cada vez mais impostos Imagem: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Do UOL, em São Paulo

11/01/2022 14h51Atualizada em 11/01/2022 16h41

Com a divulgação de que a inflação no Brasil atingiu 10,06% em 2021, a defasagem da tabela do Imposto de Renda chegou a 134,52%, segundo cálculo feito pelo Sindifisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal). Isso significa que todos os contribuintes pagam mais imposto ano a ano.

De acordo com o levantamento do sindicato, a inflação acumulada desde 1996 na tabela do IR chegou a 391,62%, enquanto as correções na tabela ficaram em 109,63% no mesmo período.

Bolsonaro descumpre promessa de campanha

Em 2022, o governo decidiu não corrigir a tabela mais uma vez, no sétimo ano seguido sem reajuste. Assim, o presidente Jair Bolsonaro entra em seu quarto e último ano de mandato sem cumprir sua promessa de campanha de subir a faixa de isenção para cinco salários mínimos (correspondente a R$ 6.060 em 2022). Hoje, a isenção é só para quem ganha até R$ 1.903,98.

Levantamento da Unafisco Nacional (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil) mostra que, sem correção, 15,1 milhões de pessoas que deveriam ser isentas terão que pagar o imposto em 2022. Além de esse grupo sofrer a mordida do Leão, os ganhos de quem já pagava o IR passarão a sofrer uma mordida maior.

Depois que a proposta de reforma do IR travou no Senado, havia a expectativa de que o governo concedesse a correção da tabela via Medida provisória (MP), como já aconteceu nas gestões de presidentes anteriores. No final da contas, porém, o governo decidiu não fazer nenhuma correção.