Zelensky pede maiores sanções econômicas contra a Rússia; entenda o que são
Desde que invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro, a Rússia tem sido alvo de sanções econômicas lideradas por governos dos Estados Unidos e da União Europeia. A tomada da maior usina nuclear da Europa da Ucrânia pela Rússia, a Zaporizhzhia, localizada em Energodar, no sudoeste do país, levou o presidente ucraniano Volodimir Zelensky a pedir sanções mais duras dos países ocidentais contra Moscou.
"É necessário endurecer imediatamente as sanções contra o Estado terrorista nuclear", declarou Zelensky em um vídeo, informou a AFP.
Mas, afinal, o que são as sanções econômicas?
As sanções têm o objetivo de enfraquecer a economia de determinado país e, em meio a possíveis perdas, encaminhar uma negociação em meio ao conflito em andamento.
Entre as sanções econômicas mais comuns estão a interrupção do comércio internacional. Isso significa que um país pode sofrer suspensão de importações e exportações, corte de linhas de crédito e de empréstimos internacionais, veto à atuação de empresas de nacionalidade do país alvo das sanções e bloqueio de contas bancárias internacionais.
No caso da guerra entre russos e ucranianos, os países do Ocidente pretendem usar as sanções para fragilizar a Rússia e pressionar Putin a pôr um fim na invasão à Ucrânia.
No último dia 28, Putin criticou as sanções feitas contra a Rússia, classificando-as como um império de mentiras. O comentário foi feito durante reunião com sua equipe econômica, informou a agência estatal russa RIA Novosti.
"Eu convidei vocês para falar sobre assuntos relacionados à economia e às finanças. Mikhail Vladimirovich [primeiro-ministro da Rússia] e eu já discutimos esse assunto. É claro que essas sanções da agora chamada comunidade ocidental são um império de mentiras", declarou o presidente russo.
Quem aplicou sanções econômicas contra a Rússia
Até o momento, países como Estados Unidos, Reino Unido e a União Europeia impuseram sanções econômicas contra a Rússia.
Entre as medidas aplicadas estão a exclusão de bancos russos do sistema de transferências financeiras internacionais Swift e o congelamento de boa parte das reservas do Banco Central da Rússia mantidas no exterior.
Nesta quarta-feira (2), uma porta-voz de Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, disse que a Rússia está em uma "ilha econômica". A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, declarou que o país pode impor mais sanções aos russos.
Por isso, o rublo russo, moeda oficial da Rússia, chegou a perder 30% do valor em relação ao dólar. Em contrapartida, o governo Putin elevou a taxa básica de juros de 9,5% para 20%.
Outros países fizeram movimentos semelhantes antes mesmo de Putin autorizar a invasão ao território ucraniano.
A população russa começou a sentir o impacto das sanções econômicas após quase uma semana da guerra. Moradores relatam medo de acumular dívidas depois da elevação dos juros e a vontade de deixar o país.
"Esse conjunto de sanções está atingindo os russos comuns de uma forma que as sanções anteriores não atingiram e as pessoas agora estão se conscientizando disso", diz Chris Weafer, chefe-executivo da consultoria Micro-Advisory, baseado em Moscou
Em 2021, o PIB (Produto Interno Bruto) da Rússia cresceu 4,7%, após retração de 2,7% em 2020, em desempenho puxado principalmente pelo crescimento de 9,6% no consumo das famílias e de 8,7% nos investimentos.
Aumento de preços preocupa
O impacto das sanções econômicas vai além das fronteiras da Rússia, uma vez que o país é o principal exportador e segundo maior produtor de gás natural do mundo.
Por causa dos conflitos, os preços do petróleo fecharam nesta quarta em valores máximos desde 2014 para o Brent e desde 2011 para o WTI, impulsionados pela guerra na Ucrânia, as sanções contra a Rússia e temores sobre a oferta da commodity.
A Rússia também é uma grande produtora de fertilizantes, adubo e trigo.
Por isso, especialistas acreditam que o Brasil sofrerá impactos diretos e indiretos, com destaque para a inflação e queda nas compras de produtos brasileiros pelos russos, como carnes e grãos.
*Com informações da AFP
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