Eike, Elizabeth Holmes e mais: quem deixou subitamente de ser bilionário
Estar na liderança da riqueza global pode não ser uma tarefa fácil. Embora os herdeiros liderem e permaneçam por mais de dez anos no ranking anual da Forbes, os empreendedores costumam subir e descer posições. Muitos caem e outros aparecem.
Entre os que caíram, por exemplo, estão Fernando Trajano e Gisele Trajano, ambos sobrinhos-netos da fundadora do Magazine Luiza. Isso acontece porque a Forbes usa como parâmetro para medir fortunas as ações que os ricaços têm na Bolsa de Valores. A lista deste ano se baseou nos preços das ações e nas taxas de câmbio do dia 5 de março. Com isso, as fortunas podem variar drasticamente ao longo dos anos ou até mesmo dos dias.
Há ainda os empresários que alcançaram o topo, mas em pouco tempo viram o castelo de dólares desabar. Conheça seis bilionários que despencaram no ranking da Forbes nos últimos anos:
Eike Batista
O empresário brasileiro Eike Batista apareceu como o 8º homem mais rico do mundo em 2011. Em 2012, subiu para a 7ª colocação. À época, sua fortuna era avaliada em US$ 30 bilhões.
Empresário de sucesso e então dono do conglomerado EBX, que reunia companhias de mineração, petróleo, energia, logística, imóveis, turismo e entretenimento, Eike declarou publicamente que tinha a ambição de ser o homem mais rico do mundo.
No entanto, a partir de 2013 o empresário passou a enfrentar uma série de problemas. Foi acusado de superestimar dados das suas empresas, principalmente as de exploração de petróleo, e posteriormente foi preso na Operação Lava Jato, acusado de ter participado de esquema de corrupção com o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
Elizabeth Holmes
Elizabeth Holmes foi, por muito tempo, a "queridinha do Vale do Silício". Chegou a ser chamada de "novo Steve Jobs", já que largou a faculdade, com 19 anos, para fundar a empresa Theranos.
Em 2015, Holmes teve uma fortuna avaliada em US$ 4,5 bilhões, sendo uma das bilionárias mais jovens do mundo. No entanto, o império ruiu.
A empresa de Holmes anunciava trazer uma revolução na área da saúde: com poucas gotas de sangue seria possível detectar diferentes tipos de doença. Na época, o feito era tratado como o "adeus" das seringas e dos múltiplos exames de sangue.
Para isso, a empresa de Holmes desenvolveu uma máquina chamada de Edison, que analisava as amostras de sangue. Porém, "The Walt Street Journal" descobriu que o equipamento não realizava a quantidade de análises prometida. E, pior, que a confiabilidade dos resultados não era boa.
Holmes caiu em desgraça, viu sua fortuna despencar, sua empresa fechar e ainda foi condenada pela Justiça dos Estados Unidos no início de 2022 por fraude eletrônica e por conspiração para fraudar investidores. A sentença ainda não foi proferida, mas a empresária pode ser presa por até 20 anos.
Hui Ka Yan
Hui Ka Yan apareceu como o 24º homem mais rico do mundo em 2018, com fortuna avaliada em US$ 30,3 bilhões. O sucesso do empresário chinês veio com a empresa que criou, a Evergrande.
De origem pobre, Yan soube aproveitar o boom imobiliário pelo qual passou a China a partir da década de 1990 para criar o seu império.
No entanto, o prestígio começou a ruir nos últimos anos. A Evergrande pegou um grande volume de empréstimos para manter a política de construção de imóveis na expectativa de que o mercado iria se aquecer ainda mais.
Com a decisão do governo chinês de restringir o financiamento do setor imobiliário, as dívidas da empresa cresceram. Os acionistas começaram a se preocupar, e a fortuna de Hui Ka Yan despencou.
O homem mais rico da China perdeu o posto e viu, em três anos, sua fortuna diminuir em 70%. Atualmente está em 235º na lista da Forbes, com patrimônio de US$ 8,9 bilhões (R$ 41,4 bilhões).
Jack Ma
Jack Ma é outro chinês que passou a ter problemas com o governo local e viu sua fortuna cair. Apareceu pela primeira vez na lista da Forbes em 2016, na 33ª posição. Dois anos depois foi para a posição número 20, com fortuna avaliada em US$ 39 bilhões. Em 2020, teve a fortuna avaliada em US$ 65,6 bi.
No entanto, o dono do Alibaba passou a criticar publicamente o governo após Pequim começar a praticar uma política antitruste. Atualmente, está na posição número 67 com US$ 23,7 bilhões, quase dois terços a menos do que há dois anos.
Georg Schaeffler
Georg Schaeffler se tornou a pessoa mais rica da Alemanha e a 21ª do mundo em 2015, segundo a Forbes, com fortuna de US$ 26,9 bilhões. O empresário é dono da fábrica de autopeças Continental. No entanto, a partir de 2018, o negócio entrou em uma decrescente. Somente naquele ano, a fortuna do investidor caiu pela metade.
Com a pandemia e a dificuldade econômica mundial, Schaeffler não conseguiu se recuperar. Em 2022, figura na posição 275 entre os bilionários mundiais, com fortuna de US$ 8,1 bilhões.
Lakshimi Mittal
O indiano Lakshimi Mittal, CEO da ArcelorMittal, apareceu pela primeira vez na lista da Forbes em 2005. O ápice foi em 2010, quando ficou na 5ª colocação mundial, com fortuna de US$ 28,7 bilhões.
No entanto, com o passar dos anos, e pelos problemas econômicos enfrentados na pandemia, a fortuna de Mittal caiu quase pela metade. Atualmente está na 89º colocação, com patrimônio pessoal de US$ 18,4 bilhões.
A ArcelorMittal S.A. é uma multinacional que reúne diversas indústrias ligadas ao aço.
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