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Pacheco diz que governo deve dividir lucros da Petrobras com a população

Presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco - Marcos Oliveira/Agência Senado
Presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco Imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado

Gabriela Vinhal

do UOL, em Brasília

17/06/2022 16h37

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou nesta sexta-feira (17), em nota, que o governo federal deve aceitar dividir os "enormes lucros" da Petrobras com a população e cobrou da União "medidas rápidas e efetivas" sobre a nova alta de preços dos combustíveis.

"Se a situação dos preços dos combustíveis está saindo do controle, o governo deve aceitar dividir os enormes lucros da Petrobras com a população, por meio de uma conta de estabilização de preços em momentos de crise. Afinal, é inexistente a dicotomia Petrobras e Governo, pois a União é a acionista majoritária da estatal e sua diretoria indicada pelo governo", disse.

Segundo Pacheco, medidas semelhantes são adotadas por outros países em favor de sua economia e de sua população. O presidente do Senado ressaltou ainda que os senadores aprovaram inúmeras propostas para tentar reduzir o valor final aos consumidores e culpou o governo de não querer discutir a política de preços da estatal.

"O Senado aprovou inúmeras matérias legislativas que estavam ao seu alcance e agora espera medidas rápidas e efetivas por parte da Petrobras e de sua controladora, a União. Já que o governo é contra discutir a política de preços da empresa e interferir na sua governança, a conta de estabilização é uma alternativa a ser considerada", completou.

'CPI da Petrobras'

Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) defendeu a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os diretores e membros do Conselho da Petrobras. Em viagem a Natal, Bolsonaro disse que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se comprometeu a levar a ideia para os líderes partidários.

"Nossa ideia é propor uma CPI para investigar a Petrobras, seus diretores e os membros do Conselho. Queremos saber se tem algo errado nessa conduta deles, porque não é possível se conceder um reajuste com o combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes", afirmou, em entrevista à Rádio 96 FM de Natal.

A Petrobras anunciou hoje novos aumentos nos preços da gasolina e do diesel para as distribuidoras. Os valores passam a valer a partir de amanhã (18). O litro da gasolina passou de R$ 3,86 para R$ 4,06 — aumento de 5,18%. Já para o diesel, a elevação foi de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro — alta de 14,26%. O valor do GLP foi mantido.

Em nota à imprensa, a Petrobras disse ser "sensível" ao momento pelo qual o Brasil e o mundo passam. "Quando há uma mudança estrutural no patamar de preços globais, é necessário que a Petrobras busque a convergência com os preços de mercado", justifica a estatal. O diesel ficou 39 dias sem reajuste e a gasolina, 99 dias.