CEO da Latam critica uso de Congonhas por aviões executivos: 'Absurdo'
Após incidente que travou Congonhas, em São Paulo, o presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier, criticou o uso do aeroporto por aviões executivos e questionou "o que mais deve acontecer" em desabafo feito em uma rede social.
No domingo (9), um dos pneus de um avião de pequeno porte pertencente à Supermix Concreto S/A estourou, o que provocou uma série de atrasos e cancelamentos em voos comerciais que comprometeram até mesmo as operações nesta segunda-feira (10). Segundo balanço da Infraero, até as 18h30 de hoje, 296 voos já haviam sido cancelados.
Muitos tiveram que ir para o hotel e aqui convido vocês a pensarem se, de uma hora para outra, existe em São Paulo disponibilidade para milhares de quartos de hotéis sem reserva antecipada. Não existe nem transporte para tanta gente de uma vez. Filas enormes, gente dormindo no chão, pessoas chorando e alguns brigando? um desespero! Abrimos para remarcação sem custo para os impactados. Imaginem o prejuízo financeiro por este incidente, que não é da responsabilidade da Latam. Jerome Cadier, no Likedin
"Aqui deixo minha pergunta final para vocês: o que mais deve acontecer em Congonhas para que decidam não operar com aviação de pequeno porte em um aeroporto tão central para toda a malha aérea do País?", perguntou o CEO da Latam.
A aeronave de pequeno porte partiu de Foz do Iguaçu (PR), às 12h15, com destino a Congonhas, em São Paulo. Às 13h32, passou pelo acidente, em que os pneus do trem de pouso traseiro estouraram, o que fez com que o jato derrapasse na pista até parar, já na cabeceira, bem próximo da separação do aeroporto com a avenida Washington Luiz.
Na ocasião, havia cinco pessoas a bordo (três passageiros e dois pilotos). Nenhum deles saiu ferido.
O acidente fez com que um dos mais movimentados aeroportos do País paralisasse as operações por quase 9 horas, o que provocou cancelamentos em mais de 140 voos, entre pousos e decolagens. O aeroporto só retomou as atividades às 22h18.
Após o incidente, a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que representa as companhias, reforçou sua posição pela restrição de aeronaves de baixa performance na pista principal do terminal.
A posição já havia sido manifestada à Infraero no fim de setembro. De acordo com a associação, no último dia 29 foi enviado um ofício à estatal - que administra Congonhas -, em que a Abear recomendava a adoção "definitiva" da limitação dos aviões de pequeno porte na pista principal.
Privatização de Congonhas
Segundo mais movimentado do país em número de passageiros, o aeroporto de Congonhas, dentro da cidade de São Paulo, foi leiloado em agosto pelo governo federal à iniciativa privada. O terminal foi arrematado em um bloco com outros dez aeroportos pela Aena Desarrollo Internacional, um consórcio espanhol, por R$ 2,45 bilhões.
De acordo com um estudo do governo federal entregue ao TCU (Tribunal de Contas da União), a previsão é que a capacidade do aeroporto aumente para 44 voos comerciais por hora.
Hoje, Congonhas tem 40 espaços para pouso, sendo que 32 são usados pela aviação comercial e oito pela chamada aviação geral (táxis aéreos ou aeronaves particulares). Com mais voos, a receita do aeroporto também deve aumentar, de acordo com Raul Marinho, diretor técnico da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral), porque empresas aéreas e passageiros pagarão mais tarifas.
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