Gestão Lula 'não tem saída' para crise nas Americanas, diz ministro
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), disse hoje durante encontro com representantes das centrais sindicais e de sindicatos de comerciários, que o governo do presidente Lula (PT) "não tem uma saída" para a crise que se instalou nas Americanas.
O que o ministro disse?
- Marinho se mostrou preocupado em relação à preservação dos empregos dos mais de 40 mil funcionários das Americanas;
- Ele disse querer "ouvir" as centrais sindicais em relação à situação da empresa e as "estratégias por parte dos trabalhadores";
- O ministro enfatizou que o governo Lula "não tem uma proposta de como enfrentar" a crise das Americanas;
- Apesar disso, Marinho disse que o Ministério do Trabalho "está à disposição para dialogar com a empresa" e afirmou ser "preciso muita sensibilidade".
'Irresponsabilidade empresarial'. No encontro, Luiz Marinho classificou a crise enfrentada pelas Americanas como um caso isolado de "aparente irresponsabilidade" por parte dos empresários que controlam a empresa, mas destacou que isso não deve implicar o fim da companhia.
Para ele, "é fundamental" preservar a existência das Americanas, independentemente de quem esteja no controle da marca.
"Não temos uma saída para apresentar a vocês, mas vamos pensar juntos, ouvir", declarou Marinho.
Preservação de empregos. Para o ministro, a prioridade nesse momento é manter os postos de trabalho dos mais de 40 mil funcionários das Americanas.
"Esse é um assunto que preocupa muito. Nós estamos iniciando o governo, trabalhando de forma intensa, e o tema trabalho e emprego é estratégico, importante e faz parte das nossas prioridades", afirmou, ressaltando que "o problema dos bancos não pode ser maior do que o tema trabalho e emprego".
Rombo bilionário
Na semana passada, as Americanas entregaram a relação de débitos e credores à 4º Vara Empresarial do Rio de Janeiro. O envio aconteceu após a empresa ter acatado pedido de recuperação judicial.
Na lista, as Americanas declararam uma dívida de R$ 41,2 bilhões a 7.967 nomes.
- Ao todo, as Americanas devem R$ 41.231.076.111,35 --desse total, R$ 109.484.866,54 se referem a micro e pequenas empresas; R$ 64.842.121,99 são créditos trabalhistas e R$ 41.056.749.122,82 são créditos quirografários (crédito sem garantia).
- Bancos, empresas de tecnologia e até fabricantes de chocolate aparecem no documento --as Americanas dizem ser "a maior varejista de ovos de Páscoa do mundo" e usou esse argumento no pedido de recuperação judicial.
- Um dos credores das Americanas é a Ambev, que pertence aos mesmos acionistas da varejista, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. A dívida é de R$ 4,1 milhões.
- Outra dívida expressiva é com a B2W Lux, empresa que atua como marketplace das Americanas, no total de R$ 3,2 bilhões.
Entenda a crise das Americanas
- 11 de janeiro: o então presidente Sérgio Rial revelou um rombo de R$ 20 bilhões no balanço das Americanas e renunciou.
- Segundo a empresa, menos de seis horas depois da divulgação do problema, credores já haviam cobrado o pagamento antecipado das dívidas, "fechando as portas para qualquer tipo de negociação".
- 13 de janeiro: a Justiça do Rio de Janeiro deu 30 dias para que as Americanas decidissem se pediriam recuperação judicial, protegendo temporariamente a empresa dos credores.
- Em paralelo, agências de classificação de risco rebaixaram a nota das Americanas. Na S&P, a varejista passou para "D", de "default" (calote).
- 18 de janeiro: o BTG Pactual conseguiu na Justiça bloquear R$ 1,2 bilhão das Americanas. Outros bancos também iniciaram uma batalha jurídica contra a varejista.
- 19 de janeiro: pela manhã, a empresa disse ter apenas R$ 800 milhões em caixa. À tarde, protocolou um pedido de recuperação judicial, declarando dívidas de R$ 43 bilhões com 16.300 credores.
- A Justiça do Rio aceitou o pedido no mesmo dia, e determinou que os bancos Votorantim, Bradesco, Safra e Itaú sejam intimados a cumprir a liminar do dia 13, que protegia as Americanas.
- 21 de janeiro: em comunicado aos consumidores, as Americanas negam que vão falir e dizem seguir operando "normalmente".
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