PIB cresce 2,9% em 2022, mas registra queda no último trimestre
O PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil fechou 2022 com crescimento de 2,9%, totalizando R$ 9,9 trilhões, informou hoje o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
- O desempenho representa uma desaceleração em relação ao ano anterior, quando a economia brasileira cresceu 5%. Analistas atribuíram o bom desempenho de 2021, porém, ao fato da comparação ser com 2020, ano de forte tombo na economia devido à pandemia de covid-19;
- A economia mostrou uma perda de fôlego no fim do ano. No quarto trimestre de 2022, o PIB teve queda de 0,2% na comparação com os três meses anteriores. Nos trimestres anteriores, houve avanços de 1,3% (1º trimestre); 0,9% (2º trimestre) e 0,3% (3º trimestre);
- O resultado está alinhado ao que esperavam os investidores. O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado um sinalizador do PIB, tinha apontado expansão de 2,9% em 2022;
- O crescimento do ano foi puxado principalmente pelos serviços, (4,2%). Segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, do avanço de 2,9% na taxa anual, 2,4% podem ser atribuídas ao setor.
- Agro caiu no ano. O setor teve retração de 1,7%, afetado pela queda na produção da soja, principal produto da lavoura brasileira. A safra foi impactada por efeitos climáticos adversos. A indústria teve alta de 1,6%.
- O resultado do ano mostra o esgotamento do impacto da reabertura pós-covid e a perda de força da economia sob a pressão de juros elevados. A taxa básica de juros era de 2% ao ano em março de 2021, e desde agosto de 2022 está em 13,75% ao ano;
- O PIB per capita (por habitante) foi de R$ 46.154. O valor representa um avanço de 2,2% ante 2021
- Ainda pesam sobre a economia um cenário global de desaceleração e incertezas em torno da pauta econômica e medidas de ajuste das contas públicas. O presidente Lula e sua equipe devem apresentar as primeiras estimativas para o crescimento econômico ainda neste mês.
O Ministério da Fazenda avaliou que o resultado de 2022 sugere um ritmo mais modesto de crescimento para 2023. Em nota, ressaltou que ainda assim há uma expectativa de recuperação da atividade na margem diante da safra recorde estimada para 2023 e de medidas como a valorização do salário mínimo e aumento da faixa de isenção do imposto de renda.
Previsões para 2023
- O ano começa marcado pelos efeitos dos juros altos e inadimplência recorde das famílias. O presidente já criticou várias vezes a condução da política monetária do Banco Central e os níveis atuais das metas de inflação. Em eventos públicos, ele disse que o índice é uma vergonha, e não combina com a necessidade de crescimento do país;
- Ainda paira a perspectiva de uma recessão global, com bancos centrais de todo o mundo aumentando as taxas de juros; Juros altos encarecem o crédito e desestimulam investimentos. Os juros são usados como uma ferramenta para tentar controlar a inflação ou tentar estimular a economia.
- A última edição do boletim Focus previu que o PIB de 2023 deve ter crescimento de 0,76%.
*Com informações da Reuters
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