Após denúncias, Petrobras monta grupo de trabalho contra assédio sexual
A Petrobras anunciou hoje que criou um grupo de trabalho para rever os procedimentos internos para denúncias de assédio sexual.
O que aconteceu:
Os diagnósticos do grupo e as novas medidas serão apresentadas até o dia 20 deste mês.
O grupo de trabalho se reportará diretamente à diretoria executiva. O grupo tem representantes de áreas administrativas e operacionais, incluindo presidência, ouvidoria, saúde, segurança e recursos humanos.
O anúncio ocorre após um funcionário, que a Petrobras disse não compor mais o quadro da empresa, ser denunciado pelo Ministério Público do Rio por assédio sexual contra uma colaboradora terceirizada.
A denúncia gerou uma conversa no WhatsApp entre trabalhadoras da Petrobras, que relataram mais de 50 casos que ocorreram com ela ou terceiras (veja abaixo). A informação foi divulgada pela GloboNews.
Os relatos apontam que as ocorrências foram tanto com mulheres embarcadas em viagens quanto em bases da Petrobras.
Mais cedo, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que os relatos "só reforçam que ainda há muito a ser feito" e prometeu anunciar novas medidas para combater o assédio sexual.
Quero me solidarizar com cada mulher que, em qualquer tempo, foi vítima de machismo, assédio ou violência, sobretudo quando isso ocorreu nas instalações da empresa [...] Reforço que todas as situações que forem denunciadas pelo nosso Canal Denúncia terão garantias de não retaliação; proteção da privacidade das vítimas; investigação rigorosa e aplicação de sanções quando for o caso".
Jean Paul Prates
Veja alguns relatos das trabalhadoras:
A recepcionista da gerência que eu trabalhava teve o seio apalpado por um petroleiro, dentro da empresa. O caso virou o escândalo da gerência e todo mundo soube do caso, mas a chefia não fez nada. A moça foi transferida de área."
Voltando de um evento da gerência à noite, dividi o Uber com o meu gerente imediato. Quando chegou na casa dele, ele começou a me agarrar. Depois de conseguir fazer com que ele parasse, ele veio insistir que queria ir para minha casa, obviamente não deixei."
A gente botava cadeira na porta à noite porque era proibido trancar? Uma amiga passou por uma situação bizarra. Chegou no camarote e tinha um cara mexendo nas calcinhas dela."
Embarquei uma única vez, no curso de formação. Me colocaram num quarto com um químico. No começo fiquei de boa porque a gente tinha horário trocado e nunca via ele no quarto. Até um dia que entrei e ele estava deitado assistindo a um filme pornô na TV do quarto. Saí na mesma hora para falar com o fiscal que não ficaria mais naquela situação."
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