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Americanas em queda? Maiores acionistas estão ainda mais ricos, diz Forbes

Os três principais acionistas das Americanas, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, ganharam alguns milhões em um ano, em meio à recuperação judicial da empresa - JOSÉ MARCOS/ESTADÃO CONTEÚDO
Os três principais acionistas das Americanas, Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, ganharam alguns milhões em um ano, em meio à recuperação judicial da empresa Imagem: JOSÉ MARCOS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

10/04/2023 04h00Atualizada em 10/04/2023 17h11

Os três principais acionistas das Lojas Americanas ficaram mais ricos, segundo a lista de bilionários da Forbes. A fortuna dos bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles cresceu em um ano, em meio à recuperação judicial da empresa. Os três ainda estão entre os 10 bilionários com os maiores patrimônios do Brasil.

Quanto cresceram

Lemann cresceu a fortuna em US$ 400 milhões, o equivalente a R$ 2,15 bilhões, na cotação atual. A família dele é considerada a segunda mais rica do país, ficando atrás apenas dos Safra, donos do banco de mesmo nome. Na posição global, ele ocupa a 108ª posição.

Telles teve um crescimento de US$ 300 milhões, cerca de R$ 1,6 bilhão. Ele é o terceiro brasileiro mais rico do ranking e o 165º na posição global. A fortuna do bilionário sofreu uma oscilação ao longo dos anos.

Carlos Alberto Sicupira teve um salto mais tímido, comparado com os demais. Em um ano, a fortuna dele aumentou US$ 100 milhões, cerca de R$ 530 milhões. Ele ocupa a 5ª posição no ranking brasileiro e a 232ª na lista global.

Queda em 2020

Os três viram a fortuna cair drasticamente em 2020. Em apenas dois anos, o patrimônio de Lemman despencou US$ 17 bilhões, o de Telles diminuiu em US$ 7,5 bilhões, enquanto a queda de Sicupira foi de US$ 7,2 bilhões. No ano seguinte, os sócios conseguiram recuperar significativamente os valores. Em 2021, o patrimônio voltou a cair, mas de uma forma menos brusca.

Os empresários são sócios em empresas gigantes. Além de serem donos da 3G Capital, gestora das Lojas Americanas, os três bilionários também têm participações na multinacional Anheuser-Busch InBev, especializada em bebidas e cervejas. A empresa foi formada em 2004 após a fusão da belga Interbrew e da brasileira Ambev.

Eles também têm participações na Restaurant Brands International. Ela é controladora do Burger King e da rede canadense de cafés Tim Hortons.

Polêmica com as Americanas

Neste ano, o trio ficou sob holofotes após um rombo bilionário nas Lojas Americanas ser revelado. Hoje, a dívida da empresa é de R$ 47,9 bilhões.

As conversas entre varejista e credores começaram tensas. Os bancos acusam os acionistas de referência de participarem de uma fraude.

No final de março, a empresa apresentou um plano de recuperação. O projeto envolve um aporte de R$ 10 bilhões dos três acionistas.

O aporte do trio será importante para dar fôlego financeiro à empresa. Ainda não há acordo em relação à nova proposta de aporte, mas ele representa um avanço após semanas de negociações truncadas.

O plano foi apresentado sem que a empresa chegasse a um acordo com os bancos. Instituições como Bradesco, BTG Pactual, Itaú e Santander são os principais credores. Após ser apresentado à Justiça, o plano precisa ser aprovado por uma assembleia de credores.

Os bancos dizem que buscam encontrar os responsáveis pelo rombo. Eles têm recorrido a medidas judiciais que visam o patrimônio pessoal dos principais acionistas e executivos da empresa.