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BC chinês corta juros e compulsório para ajudar economia, enquanto ações desabam

KIM KYUNG-HOON
Imagem: KIM KYUNG-HOON

25/08/2015 08h03Atualizada em 25/08/2015 10h17

PEQUIM (Reuters) - O banco central da China cortou as taxas de juros e, ao mesmo tempo, afrouxou as taxas de compulsório pela segunda vez em dois meses nesta terça-feira, em um movimento de apoio à economia cambaleante e ao mercado acionário, cuja forte queda reverberou ao redor do mundo.

A medida vem depois de os índices acionários da China despencarem mais de 7%, atingindo os menores patamares desde dezembro, na sequência da queda de mais de 8% apurada na segunda-feira.

A mais recente medida de afrouxamento veio também na esteira da surpreendente desvalorização do iuan há duas semanas. Autoridades afirmaram que a mudança no câmbio vem em linha com as reformas financeiras, mas alguns viram a decisão como o início de uma depreciação do iuan de longo prazo com o objetivo de impulsionar as exportações.

"Francamente, isso mostra um pouco de pânico, ao meu ver", disse o economista residente do Conference Board em Pequim Andrew Polk.

"É uma medida de artilharia pesada", disse ele. "Tem o objetivo de lidar com algumas questões reais e com o sentimento que tem prevalecido no mercado nos últimos dois dias".

O Banco do Povo da China anunciou em seu site na Internet que reduziu a taxa de empréstimo de 1 ano em 0,25 ponto percentual, para 4,6%. Segundo a autoridade monetária, o corte entra em vigor a partir de 26 de agosto.

Além disso, o banco central cortou a taxa de depósito de um ano em 0,25 ponto percentual, enquanto o teto para taxa de depósitos a prazo acima de um ano foi eliminado para liberalizar ainda mais o mercado chinês de taxa de juros.

Ao mesmo tempo, o banco central também reduziu a taxa de compulsório em 0,5 ponto percentual, a 18%, para a maioria dos grandes bancos, sendo que a mudança terá efeito a partir de 6 de setembro.

A desvalorização da moeda chinesa e o quase colapso em seus mercados acionários têm levantado temores de que a segunda maior economia do mundo corre risco de um pouso forçado que teria impacto sobre o crescimento mundial e provocaria uma queda vertiginosa dos mercados globais.