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BC usará com parcimônia instrumentos cambiais, reitera Ilan

Marcela Ayres

12/08/2016 10h50

SÃO PAULO (Reuters) - O Banco Central utilizará com parcimônia as ferramentas de que dispõe para reduzir sua exposição cambial quando julgar conveniente, reiterou nesta sexta-feira o presidente do BC, Ilan Goldfajn, também repetindo o respeito ao câmbio flutuante e o compromisso com a convergência da inflação para meta de 4,5% em 2017.

Falando em seminário realizado pelo BC em São Paulo, Ilan destacou que as interferências no câmbio serão feitas em ritmo compatível com o normal funcionamento do mercado e que um exemplo claro nesse sentido tem sido a gradual redução da posição em swaps cambiais --equivalentes à venda futura de dólares-- motivada pelas condições que se apresentaram.

Ao fazer considerações sobre o avanço de preços na economia doméstica, Ilan reafirmou o comprometimento do BC com as metas de inflação "em todo o horizonte relevante para a política monetária, em particular o processo de convergência para a meta de 4,5 (%) em 2017".

Ele pontuou que o BC está de olho nas expectativas de mercado e nas suas próprias projeções de inflação para administração do regime de metas, mas ressalvou que essas não são as únicas variáveis levadas em conta para as decisões de política monetária.

"Não há um modelo, não há variável que determine isolada e automaticamente as decisões de política monetária", completou.

Ilan disse ainda que será de "fundamental importância" a aprovação de ajustes e reformas capazes de restaurar a confiança dos agentes econômicos e de criar as condições para recuperação econômica com baixa inflação, sendo que o papel da arrumação fiscal nesse processo não pode ser, na sua opinião, relativizado.

Segundo o presidente do BC, tanto o cenário nacional quanto o internacional se mostram mais desafiadores do que a média histórica. Ilan apontou a existência de liquidez ampla e alguma recuperação de crescimento que beneficia no curto prazo as economias emergentes, mas observou que essas condições podem mudar.

"Acreditamos que devemos ter cautela e não tomarmos a situação atual como necessariamente permanente", disse.