Controladores da Taurus venderam ações em dia de decreto de posse de armas
SÃO PAULO (Reuters) - Acionistas controladores da Taurus venderam ações da companhia na véspera (15), mesmo dia em que o presidente Jair Bolsonaro cumpriu promessa de campanha com assinatura de decreto que facilitou a posse de armas no país.
De acordo com o comunicado ao mercado da empresa, a Tauruspar Participações, na qualidade de acionista controladora da companhia, vendeu no pregão da véspera 260 mil ações ordinárias e 923 mil preferenciais. Os montantes equivalem a participações de 0,56%, no caso das preferenciais, e de 3,27% das ordinárias.
A Tauruspar afirmou que "essa transação foi efetuada para obtenção de recursos financeiros e não objetiva alterar a composição do controle ou a estrutura administrativa da companhia".
Até a segunda-feira (14), os papéis preferencias da Taurus tinham em 2019 um ganho de 104,94%, depois de subirem 88,37% em 2018, em grande parte apoiados em sinalizações de Bolsonaro, no sentido de ampliação de investimentos em segurança pública e liberalização nas regras de posse de armas.
Os papéis ordinários da companhia acumulavam em 2019 alta de 85,8% até o dia 14, depois de subirem 146,91% em 2018. Na terça-feira (15), as ações das duas classes fecharam em queda de mais de 20%.
Nesta quarta-feira, por volta de 13h, as PNs tinham queda de 16,1% e as ONs tinham declínio de 17,3%. No mesmo horário, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, mas que não tem os papéis da Taurus em sua composição, tinha variação positiva de 0,11%. O governo indicou que estuda abertura do mercado de fabricação de armas a estrangeiros.
Com as vendas de ações, a Tauruspar passou a ser titular de um total de 45.739.340 ações de emissão da fabricante de armas, representativas de 61,24% do capital social da companhia.
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