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Gasolina e diesel voltam a ter leve recuo nos postos, mostram dados da ANP

Os preços para os consumidores finais nas bombas, no entanto, seguem elevados e perto de máximas tocadas recentemente, com a gasolina tendo encerrado a semana em média a 5,448 reais por litro - MARCELO D. SANTS/ESTADÃO CONTEÚDO
Os preços para os consumidores finais nas bombas, no entanto, seguem elevados e perto de máximas tocadas recentemente, com a gasolina tendo encerrado a semana em média a 5,448 reais por litro Imagem: MARCELO D. SANTS/ESTADÃO CONTEÚDO

Luciano Costa e Nayara Figueiredo

09/04/2021 20h38

SÃO PAULO (Reuters) - Os preços médios da gasolina e do óleo diesel nos postos pelo Brasil tiveram leve redução na semana, mostraram dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) nesta sexta-feira, na terceira baixa consecutiva depois de uma longa sequência de aumentos.

A reversão de tendência acompanhou movimentos da Petrobras, que em 24 de março anunciou diminuições de cerca de 4% nos valores dos dois combustíveis em suas refinarias. Nesta sexta, a estatal, que domina o mercado de refino no país, informou novo corte no diesel, de cerca de 3,3% a partir de sábado.

Os preços para os consumidores finais nas bombas, no entanto, seguem elevados e perto de máximas tocadas recentemente, com a gasolina tendo encerrado a semana em média a 5,448 reais por litro, com leve recuo de 0,06% frente à semana anterior, segundo a ANP.

O diesel, combustível mais utilizado no Brasil, fechou com valor médio de 4,212 reais por litro, queda de 0,38%, ainda de acordo com a reguladora.

No etanol, a ANP registrou preço médio de 3,804 reais por litro, com recuo mais significativo, de quase 2% na semana.

Os preços nos postos não necessariamente acompanham reajustes nas refinarias, e dependem de uma série de fatores, incluindo impostos, mistura de biocombustíveis e margens de distribuição.

Apesar dos cortes recentes de cotações nas refinarias da Petrobras, o valor cobrado pela estatal no diesel ainda acumula alta de mais de 30% em 2021. A gasolina teve aumento de quase 41% no ano.

A Petrobras defende que suas cotações buscam a chamada paridade de importação e acompanham as variações do petróleo no mercado internacional e da taxa de câmbio. A empresa também disse nesta sexta-feira que sua política "evita o repasse imediato da volatilidade externa para os preços internos".

Apesar da recente reversão na trajetória de alta dos combustíveis, representantes do setor de distribuição alertaram para possíveis aumentos a partir do próximo mês.

A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), que representa os postos no país, afirmou em nota que enviou ofício ao presidente Jair Bolsonaro manifestando preocupação sobre possíveis impactos que o preço do biodiesel terá na formação dos custos do diesel a partir de 1º de maio.

Também no início do próximo mês está previsto o retorno da cobrança de PIS/Cofins sobre o diesel, que foi suspensa temporariamente por Bolsonaro como forma de segurar os preços e acalmar protestos de caminhoneiros que ameaçaram realizar uma greve em fevereiro.