Pousou na noite desta segunda-feira (25) no aeroporto de Brasília, o E-4B Nightwatch, conhecido como avião do fim do mundo ou avião do Juízo Final. Ele trouxe o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, que participará da Conferência de Ministros de Defesa das Américas. O evento é sediado em Brasília, e reunirá 34 lideranças de países de todo o continente.
O avião escolhido para a viagem é um modelo adaptado do Boeing 747 para se transformar em postos de comando avançados em caso de guerra, por exemplo, podendo se manter no ar por vários dias sem precisar pousar. Ele serve de base de comando e comunicação para os chefes das Forças Armadas, incluindo o presidente e ministros da Defesa, por exemplo.
O modelo é herança da Guerra Fria, quando houve uma escalada armamentista nuclear envolvendo os EUA e a União Soviética.
Em caso de ataque, seria necessário manter uma estrutura de comando fora do solo, que é mais suscetível aos ataques de uma nação inimiga. O apelido de "avião do Juízo Final", inclusive, tem inspiração religiosa. O Dia do Juízo Final é quando Deus julgará toda a humanidade, e a Terra deixará de existir como era até então.
A analogia faz sentido quando considerado o sentimento de insegurança causado no período da Guerra Fria, que se encerrou apenas no começo dos anos 1990. O arsenal de ogivas nucleares no mundo chegou a mais de 70 mil unidades naquela época.
Não é o avião presidencial
No caso do Nightwatch, dos Estados Unidos, ele pode prestar apoio ao presidente dos EUA, que voa no Força Aérea Um, outro Boeing 747 adaptado exclusivamente para o governo do país. Embora parecidos por fora, eles não devem ser confundidos, pois têm finalidades diferentes. Podem atuar em conjunto em um cenário mais complexo, como uma guerra.
O avião do Juízo Final serve como um centro de comando aéreo para as tropas norte-americanas. Ele é a versão militarizada de um avião que foi projetado, inicialmente, para uso civil, e consegue resistir a pulsos eletromagnéticos e ondas de choque.
A Rússia também tem aviões do Juízo Final próprios, os Il-80 Maxdome, herdado do período da Guerra Fria.
O E-4B norte-americano
Nos EUA, o avião do Juízo Final é o E-4B Nightwatch, versão militarizada do Boeing 747 com capacidade de reabastecimento em voo.
Pode transportar até 112 pessoas, incluindo equipes de operações conjuntas do comando militar, de comunicações, manutenção e de segurança, além de agentes selecionados para alguma missão em particular.
O E-4B começou a ser implementado em 1980, como modernização do E-4A, em serviço desde 1974, O compartimento principal do Nightwatch é dividido em seis áreas:
- Área de trabalho do comando
- Sala de conferências
- Sala de briefing
- Área de trabalho da equipe de operações
- Área de comunicações
- Área de descanso
Hoje existem quatro dessas aeronaves, todas a serviço do governo dos EUA. Pelo menos uma delas está sempre preparada para entrar em ação em caso de necessidade.
Sua estrutura é feita para resistir aos efeitos de pulsos eletromagnéticos, além de ter blindagens térmica e contra efeitos decorrentes de uma explosão nuclear. Ele ainda é equipado com um sistema de comunicação via satélite que garante a conexão com os principais líderes mundiais.
Ficha técnica do E-4B
Construtor: Boeing
Propulsão: Quatro motores General Electric CF6-50E2
Comprimento: 70,5 metros
Envergadura: 59,7 metros
Altura: 19,3 metros
Peso máximo de decolagem: 360 toneladas
Capacidade de voo: até 12 horas (sem ser reabastecido)
Altitude máxima de voo: Acima de 9.091 metros (30.000 pés)
Custo unitário: US$ 223,2 milhões à época (R$ 1,2 bilhão no câmbio atual sem correção da inflação).
Capacidade: Até 112 passageiros
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.