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Conheça as 6 futuras 'tribos' de viajantes em 2030 e adeque já seu negócio

Rose Mary Lopes

Colunista do UOL

10/07/2015 06h00

Quem já prestou atenção no trabalho das agências de turismo já ouviu falar no sistema Amadeus. Ora, o que é este sistema?

É o maior sistema mundial de reservas do setor de viagens e turismo, pertencente a uma holding Amadeus IT Holding SA, que oferece soluções tecnológicas que unem os fornecedores de produtos e serviços com as agências de viagens (mais de 90 mil são clientes).

Por ele, qualquer agência cliente acessa em tempo real informações de companhias áereas, operadoras, hotéis, cruzeiros, locações de veículos, seguros de viagem etc. Obtendo informações de horários, preços, itinerários, disponibilidade, podendo fazer reservas, fechar transações, emitir bilhetes e vouchers, check-in.

Esse sistema é pago por transações e o preço pago depende do volume. O total chega a quase um bilhão de transações faturadas por ano, como em 2011. Por segundo, estimam-se que sejam efetuadas 20 mil reservas. Por dia, 3 milhões.

O sistema foi fundado em outubro de 1987 numa parceria entre as empresas aéreas Iberia, Scandinavian Airline System, Lufthansa e Air France objetivando oferecer soluções de distribuição no setor de viagens. Cresceu enormemente, é empresa de capital aberto, e compõe o índice das maiores empresas espanholas – IBEX 35.

Para melhor conhecer as expectativas, necessidades e hábitos dos viajantes, criou em 2012, o Observatório de Tendências de Viagens Amadeus (Amadeus Traveller Trend Observatory – ATTO), que coleta dados e pesquisa no mundo todo sobre as tendências futuras.

Esse observatório encomendou à Future Foundation um estudo sobre o perfil do viajante de 2030. O relatório denominado Future Traveller Tribes 2030: Understanding tomorrow’s traveler (As futuras tribos de viajantes de 2030: entendendo o turista de amanhã, na tradução livre), está disponibilizado no site Amadeus (http://www.amadeus.com/blog/23/04/tribes2030/) e caracteriza seis tribos.

É importante que o empreendedor do setor de turismo e as empresas tenham muito claro qual é a tribo com quem desejam interagir, para desenhar produtos, soluções, formas de acesso e de relacionamento que atendam aos anseios, necessidades e estilos destas tribos de clientes.

Alerta-se que não é possível que a pessoa se identifique, ao mesmo tempo, com as seis. Entretanto, raramente pertencerá a apenas uma delas, porque suas necessidades também dependem de suas circunstâncias e contextos. Ex.: o viajante a trabalho, em suas férias pode ser um purista cultural. Conheça as seis tribos:

1. Viajante vitrine  

Eles buscam acumular capital social e obter o máximo possível de recompensas de sua audiência virtual durante a viagem, estruturando, compartilhando e informando a respeito de suas experiências, por suas redes sociais. E buscam ganhar dinheiro com isso, cavando patrocínios para em troca de exposição de marca.

2. Turista de facilidades

São aqueles que terceirizam o trabalho de pesquisar destinos e tudo relacionado a sua viagem, preferindo que um agente externo que facilite sua vida e se encarregue de todo o trabalho e detalhes do planejamento de sua viagem de férias ou feriados.

3. Caçador de tesouros 

Esta tribo se preocupa em obter o máximo de retorno de suas viagens, pois desejam desfrutar viagens exclusivas, permitindo-se experiências imperdíveis e serviços VIP.

4. Cumpridores de metas 

São os que viajam por alguma necessidade e objetivo que pode ser um trabalho ou outro tipo de meta de estar presente em determinado local, dia e horários.

5. Puristas culturais

Valorizam a chance de, em sua viagem, mergulhar em outro tipo de realidade e de vida bem distinta da sua cotidiana. Quer aproveitar esta experiência de conhecer outras realidades, vivenciando-a de modo autêntico.

6. Viajantes éticos

Escolhem e estruturam suas viagens levados por seus ideais políticos, preocupações ambientais e consciência ampliada do impacto que sua viagem exerce na economia e regiões visitadas.

Empreendimentos podem ser diferenciados se aprofundarem-se no conhecimento destas tribos que, essencialmente são segmentos de clientes. É uma base bastante rica para customização de experiências, superação de expectativas, posicionamento e construção de marca.