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Reinaldo Polito

Na crise, use ainda mais a comunicação

07/01/2015 06h00

Atenção: você está prestes a enfrentar uma nova crise. Profecia? Pessimismo? Não. Apenas uma constatação histórica do que se repete ano após ano. Para não irmos tão longe, analise o que ocorreu nos últimos dez ou vinte anos. Não atravessamos um ano sequer sem vivenciarmos uma crise.

Lógico que algumas são mais marcantes, como a norte-americana em 2008 e 2009, ou a europeia em 2011. No meio do caminho, entretanto, várias outras crises pontuaram aqui e ali, como a da Rússia, por exemplo.

Portanto, se existe uma certeza é a de que, por um motivo ou por outro, mais cedo ou mais tarde enfrentaremos nova crise.

Se do nada, sem esperarmos, surge uma crise, imagine, então, quando ela é anunciada com todas as letras, como a que deverá ocorrer no Brasil nos próximos anos. Ou será que vamos acertar as contas do país, reduzir a inflação, superar o drama da corrupção, retomar o crescimento sem nenhum tipo de sacrifício?

Pode apertar o cinto que vem chumbo grosso por aí.

Nesses momentos, a boa comunicação se torna ainda mais importante. Com a elevação dos custos, provocada pelo ajuste das taxas de juros e da carga tributária, o aumento da concorrência, a diminuição dos espaços comerciais e a redução das vendas, na maior parte das atividades, quem se expressa melhor chega na frente e pode sobreviver.

As equipes precisam estar mais motivadas. Como? Com a habilidade de comunicação do líder.

Os projetos precisam ser atraentes, encantadores e persuasivos. Como? Com a competência de quem os apresentar.

As reuniões precisam ser mais objetivas e eficientes. Como? Com a capacidade de comunicação de quem as dirigir.

Em época de crise não há espaço para incompetência, hesitação, negligências. Quem andar ficará longe daqueles que correm. Quem ficar quieto ou se comunicar de maneira defeituosa está abrindo espaço para quem se expressar de forma convincente. Ah, seu produto ou serviço tem boa qualidade e sua estrutura logística é excelente? E você acha que os concorrentes não chegarão com qualidade e estrutura semelhantes?!

Portanto, se a qualidade é parecida, falar bem fará a diferença. E falar bem no sentido amplo da expressão. Falar bem significa resultado. Significa apresentar um projeto e conseguir sua aprovação. Significa apresentar uma proposta e obter sua aceitação. Significa expor um produto ou serviço, e sair da reunião com o pedido assinado. Significa sentar-se à mesa de negociação, e sair do embate com a causa vitoriosa.

Falar bem, portanto, é mais que ter um vocabulário articulado, mais que ter uma postura elegante e uma gesticulação harmoniosa, mais que ter uma voz forte e sons bem pronunciados. Falar bem significa, acima de tudo, entender as necessidades e aspirações dos ouvintes, e usar o tom adequado e a argumentação certa no momento apropriado.

Para isso, é preciso preparo, estudo, treino e muito planejamento. Não é sair por aí falando por falar, usando as velhas técnicas surradas pela repetição. Técnicas que dão certo em época de vacas gordas, mas se mostram insuficientes, ultrapassadas e inúteis em tempos de escassez. É hora de deixar a timidez e o improviso de lado e desenvolver um plano matador.

Estamos só no início. Por maiores que sejam as suas dificuldades de comunicação, há tempo de sobra para você se preparar e sair na frente. Se deixar que os problemas se avolumem e não tomar nenhuma atitude, só haverá um culpado nessa história. Aí, não adiantará apontar o dedo para o governo, para o mercado externo ou para a concorrência predadora. O espelho mostrará a resposta.

Superdicas da semana

  • Faça um bom curso de oratória;
  • Leia bons livros de oratória;
  • Aperfeiçoe sua capacidade de comunicação;
  • Pratique exaustivamente suas apresentações.

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Livros de minha autoria que ajudam a refletir sobre esse assunto: "Como falar corretamente e sem inibições", "Assim é que se fala", "Superdicas para falar bem", "Conquistar e influenciar para se dar bem com as pessoas" e "As melhores decisões não seguem a maioria", publicados pela Editora Saraiva.