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Dólar encosta em R$ 2,19, e BC vende moeda para conter alta

Do UOL, em São Paulo

18/06/2013 10h09Atualizada em 18/06/2013 12h35

dólar comercial abriu em forte alta nesta terça-feira (18), chegando a valer R$ 2,187 para a venda. O Banco Central, então, anunciou dois leilões de venda de dólares para conter a alta da moeda, o que fez com que a cotação passasse a operar bastante instável. Por volta das 16h20, o dólar subia 0,43%, a R$ 2,175 na venda (siga a cotação do dólar).

Os investidores estavam preocupados com a reunião do Banco Central dos Estados Unidos, o Fed, que pode diminuir um estímulo mensal de US$ 85 bilhões -a medida reduziria a quantidade de dólares circulando no mercado.  

Para conter a alta da cotação no país, o Banco Central anunciou dois leilões equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.

No primeiro, foram vendidos 60 mil contratos, movimentando US$ 2,995 bilhões; no segundo, foram vendidos pouco mais de 30 mil, a US$ 1,504 bilhão.

Na véspera, o BC já tinha atuado no mercado com um leilão de venda de dólares, que movimentou US$ 1,957 bilhão. A cotação tinha atingido o nível de R$ 2,17.

Analistas dizem acreditar que os investidores estão testando a tolerância do Banco Central a um dólar mais valorizado.

EUA preocupam investidores

O clima entre os investidores era de cautela antes da reunião de quarta-feira do Federal Reserve, banco central nos Estados Unidos, que pode trazer sinais sobre o futuro do estímulo à economia do país.

Declarações recentes de autoridades do Fed, incluindo de seu presidente, Ben Bernanke, alimentaram expectativas de que a instituição comece a reduzir o seu programa de estímulo diante de sinais de recuperação econômica no país. Se isso ocorresse, haveria diminuição na oferta de dólares nos mercados.

As preocupações com o estímulo nos Estados Unidos e a insegurança dos investidores com a economia brasileira levaram a uma mudança de patamar no câmbio em maio. No início do mês, o dólar era cotado próximo de R$ 2,01, mas no fim do período já estava próximo de R$ 2,15.

Analistas acreditam que as medidas recentes do governo para facilitar a entrada de dólares no país--como zerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em negociações no mercado futuro-- devem continuar tendo efeito limitado devido à tendência de alta do dólar no mundo e aos temores com a economia brasileira.

Outras intervenções

O governo e o Banco Central têm adotado uma política mais agressiva em relação à valorização do dólar. No dia 4 de junho, o governo zerou a alíquota de 6% sobre investimentos estrangeiros em renda fixa, tentando atrair capital externo para o país.

Na semana passada, foram feitos quatro leilões de venda de dólares, dois na segunda-feira e dois na terça. Quando o BC vende dólares, a intenção é que o excesso de oferta faça a cotação da moeda cair. Por outro lado, quando quer que ela suba, o BC compra dólares no mercado.

Apesar das medidas, na quarta-feira o dólar atingiu o nível de R$ 2,15 pela primeira vez em mais de quatro anos. Depois do fechamento do mercado, o BC anunciou, então, mais uma medida: zerou a alíquota de 1% do imposto sobre operações de venda de dólares no mercado futuro.

(Com Reuters)