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Dólar fecha mês em alta, a R$ 2,385, e já ganha 16% no ano

Do UOL, em São Paulo

30/08/2013 17h10Atualizada em 30/08/2013 17h15

dólar comercial fechou em alta de 0,63%, a R$ 2,385 na venda nesta sexta-feira (29). Com esse resultado, a moeda acumula ganhos de 1,35% na semana, e 4,5% no mês.

É o quarto mês seguido de alta, e o maior ganho mensal desde maio (quando o dólar subiu 7,4%). No ano, a moeda já acumula valorização de 16,46%.

Nos últimos meses, os investidores estão preocupados com a recuperação da economia dos Estados Unidos. Com os sinais de que o país está superando a crise, o banco central do país, o Federal Reserve (Fed), começou a avaliar uma redução em seu programa de estímulos.

Atualmente, o Fed injeta US$ 85 bilhões nos mercados, em um programa conhecido como QE3. Sem essa enxurrada de dólares e com juros mais altos nos EUA, os investidores se voltam a opções consideradas mais 'seguras', e tiram recursos de países emergentes.

Tensões na Síria

A perspectiva de uma intervenção militar na Síria levou investidores a buscarem ativos de menor risco, como o dólar.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, defendeu uma ação militar limitada dos EUA contra a Síria pelo suposto uso de armas químicas, afirmando que o regime do presidente Bashar al-Assad não pode ficar impune por um "crime contra a humanidade".

Analistas afirmavam, entretanto, que o movimento teve efeito ampliado no Brasil. "Como o mercado está muito seco, com volume muito baixo, qualquer impacto sobre a cotação tende a ser maior do que seria normalmente", disse o operador de câmbio da Renascença José Carlos Amado à agência de notícias Reuters.

Intervenções

A persistência da alta do dólar fez com que o Banco Central intensificasse sua atuação nesta sexta.

Em um leilão equivalente à venda de dólares no futuro, o Banco Central vendeu todos os 30 mil contratos ofertados. A operação movimentou US$ 1,492 bilhão.

E, depois de não ter aceitado nenhuma oferta nos dois lotes de um leilão de linha --venda com compromisso de recompra-- voltou a anunciar uma nova oferta com os mesmos parâmetros no valor de até US$ 1 bilhão.

Desta vez, vendeu os dois lotes com taxa de recompra a R$ 2,47. A operação faz parte de seu programa de intervenções diárias no mercado de câmbio até o final do ano.

Hoje também foi dia de fechamento da Ptax. A Ptax é uma taxa média, calculada pelo BC, que serve como referência para alguns contratos no mercado futuro. 

Segundo o Banco Central, a Ptax fechou em R$ 2,3719 para compra, e R$ 2,3725 para venda.

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Ação do BC

Os leilões que estão sendo realizados diariamente pelo Banco Central fazem parte de um plano de intervenção contínua, anunciado pelo BC na semana passada.

Além deles, o BC anunciou ainda, na terça-feira, que fará nos dias 16, 17 e 18 de setembro leilões de rolagem de 135.300 contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda de dólares no futuro) com vencimento em 1º de outubro.

 Esse cronograma coincide com as datas da reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, marcada para 17 e 18 de setembro e na qual investidores acreditam que o banco central dos EUA poderá decidir reduzir suas compras mensais de títulos.

(Com Reuters)