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Mercado festeja notícia ruim para PT porque quer novo governo, diz analista

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Imagem: Shutterstock

Sophia Camargo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

04/03/2016 16h15Atualizada em 04/03/2016 19h18

Quanto mais as investigações da Operação Lava Jato se aproximam do Palácio do Planalto, mais eufórico o mercado fica. Essa é a explicação que três especialistas ouvidos pelo UOL deram para a alta  da Bolsa e forte queda do dólar nos dois últimos dias.

Na quinta-feira (3), a revista IstoÉ divulgou suposta delação do senador Delcídio do Amaral, citando a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Bolsa disparou mais de 5% e o dólar caiu mais de 2%.

Nesta sexta (4), a Polícia Federal expediu mandado de condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"O mercado reage assim à medida que aumenta a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Desde a época da eleição o mercado torce pela troca de governo", resume Vitor Miziara, sócio da Criteria Investimentos.

"Dilma parece militar no governo"

Na análise do economista-chefe da Nova Futura Corretora, Pedro Paulo Silveira, o mercado considera que o governo Dilma é muito centralizador, intervencionista e adota políticas fiscais e monetárias frouxas. "A possibilidade de queda do governo deixa o mercado mais confiante", diz.

"O mercado espera que uma possível troca de governo traga uma política fiscal e monetária mais austera, com controle de gastos e menos intervenção nas estatais."

Para o professor de Finanças do Insper Ricardo Humberto Rocha, a falta de preocupação do governo com o controle da inflação e com as contas públicas, além do estilo centralizador da presidente, faz com que o mercado torça pela mudança de governo. "Ela tem um estilo que se aproxima dos militares, de incentivar a indústria nacional a qualquer preço", diz.

"Espera-se que um eventual governo Temer [Michel Temer, vice-presidente, que assumiria o governo caso a presidente saísse do cargo] seja diferente, com estímulo à concorrência privada e investimentos em infraestrutura", diz. "O principal ganho seria na mudança de humor dos investidores, que hoje não acreditam e, portanto, não investem."

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