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Bolsa dispara 6,6%, maior alta em 7 anos; Petrobras salta 22,5% em 2 dias

Do UOL, em São Paulo

17/03/2016 17h50Atualizada em 18/03/2016 10h39

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, disparou nesta quinta-feira (17) e fechou em alta de 6,6%, a 50.913,79 pontos. Essa foi a maior alta percentual diária da Bovespa desde 2 de janeiro de 2009, quando havia subido 7,17%.

É também o maior nível de fechamento desde 22 de julho de 2015, quando a Bolsa terminou o dia com 50.915,78 pontos.

Com isso, o índice cravou o segundo avanço seguido. Na véspera, havia subido 1,34%. Em dois dias, a Bolsa acumulou alta de 8,03%.

O dia foi marcado, novamente, pelo noticiário político, com a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil, nomeação suspensa pouco depois por decisão da Justiça do Distrito Federal (leia mais abaixo).

A alta de hoje foi generalizada. Das 61 ações que compõem o Ibovespa, apenas quatro fecharam em baixa: três ligadas ao setor de papel e celulose (Fibria, Klabin e Suzano) e a Embraer, que foi acusada de receber pagamentos ilícitos ligados à venda de aviões militares para a República Dominicana, de acordo com o "Wall Street Journal".

As ações da Petrobras, da mineradora Vale, dos bancos e das siderúrgicas registraram as maiores altas do dia. 

Petrobras salta 12%

As ações preferenciais da Petrobras (PETR4), que dão prioridade na distribuição de dividendos, saltaram 12,03%, a R$ 8,10. Em dois dias, os papéis tiveram valorização de 22,54%.

As ações ordinárias da Petrobras (PETR3), com direito a voto em assembleia, tiveram alta de 8,75%, a R$ 10,44.

Os ADRs (recibos que representam ações de uma empresa estrangeira na Bolsa de Nova York) da petroleira saltaram. Os recibos PBR subiram 9,75% e os PBR/A avançaram 13,61%.

Além do noticiário político, pesou a alta dos preços do petróleo no mercado internacional.

Vale e siderúrgicas saltam

As empresas ligadas à mineração e siderurgia tiveram mais um dia de fortes ganhos.

As ações ordinárias da Vale (VALE3) subiram 4,59%, a R$ 15,50. Já ações preferenciais da Vale (VALE5) avançaram 3,70%, a R$ 10,94.

As ações da Usiminas (USIM5) subiram 10,40%, a R$ 1,91, e as da CNS (CSNA3) avançaram 18,18%, a R$ 7,93.

As ações da Gerdau (GGBR4) ganharam 9,80%, a R$ 5,49, enquanto as da Gerdau Metalúrgica (GOAU4) se valorizaram 11,36%, a R$ 1,96.

Os papéis dessas empresas foram puxados pela alta dos preços do minério de ferro na China.

Bancos sobem; BB salta 14%

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) saltaram 14,37%, a R$ 20,69. Em dois dias, o papel acumulou alta de 18,23%.

As ações do Bradesco (BBDC4) ganharam 13,03%, a R$ 27,85, e as ações do Itaú Unibanco (ITUB4) se valorizaram 10,92%, a R$ 33,10.

Posse de Lula é suspensa

Na véspera, após o fechamento dos mercados, foi divulgada uma gravação que mostra que a presidente Dilma Rousseff teria agido para evitar possível prisão de Lula no âmbito da operação Lava Jato.

Pela manhã, Lula participou de cerimônia de posse e foi oficialmente nomeado ministro-chefe da Casa Civil.

No entanto, pouco depois, o juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, do Distrito Federal, suspendeu a nomeação, alegando que a manobra coloca "risco de dano ao livre exercício do Poder Judiciário", da Polícia Federal e do Ministério Público.

"A leitura é que Lula não vai conseguir evitar o impeachment [da presidente Dilma]", disse o superintendente regional de câmbio da corretora SLW, João Paulo de Gracia Corrêa, à agência de notícias Reuters.

O mercado tem reagido de acordo com o desenrolar da crise política. Para alguns operadores do mercado financeiro, a troca de governo poderia resultar em maiores chances de recuperação da economia e o fim da crise política. Outros, porém, acreditam que o cenário de incertezas continuaria atrapalhando o reequilíbrio econômico, mesmo com a saída da presidente.

Dólar cai 2,29%, a R$ 3,653

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em baixa de 2,29%, a R$ 3,653 na venda. Essa foi a maior queda percentual diária desde 3 de novembro de 2015, quando a moeda havia caído 2,39%.

Com isso, o dólar emenda a segunda queda seguida. Na véspera, já havia recuado 0,63%.

Bolsas internacionais

As Bolsas de Valores da Europa terminaram o dia divididas: dos seis principais mercados, três fecharam em alta e três caíram.

  • Portugal: +0,97%
  • Inglaterra: +0,42
  • Espanha: +0,18%
  • França: -0,45%
  • Itália: -0,66%
  • Alemanha: -0,91%

A maioria das Bolsas da Ásia e do Pacífico fechou o dia no azul, com exceção do Japão. 

  • Cingapura: +1,26%;
  • China: +1,22%;
  • Hong Kong: +1,21%;
  • Austrália: +0,96%;
  • Coreia do Sul: +0,66%;
  • Taiwan: + 0,41%;
  • Japão: -0,22%

(Com Reuters)