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Empresas vendem bike elétrica para motoristas que querem fugir do trânsito

Larissa Coldibeli

Do UOL, em São Paulo

22/09/2014 06h00

No Dia Mundial Sem Carro (hoje, 22), bicicletas elétricas, patinetes e até skates elétricos aparecem como meios alternativos de transporte. Empresários do segmento afirmam que seu público-alvo são usuários de carro, que têm nos veículos elétricos uma opção para deslocamentos curtos sem trânsito e sem muito esforço físico. 

“Meu público não é composto por ciclistas, são pessoas que resolveram trocar o carro pela bicicleta elétrica. Em geral, são jovens antenados em tendências, profissionais liberais e, a maioria, mulheres”, declara Bruno Affonso, 34, fundador da Lev, importadora de bicicletas elétricas.

Ele conta que passou três anos na China pesquisando fabricantes, antes de começar o negócio em 2009. Sua empresa oferece hoje modelos com bateria de lítio e autonomia de até 40 km que custam de R$ 2.580 a R$ 3.980.

Segundo Affonso, a empresa vende, em média, 380 bikes por mês e pretende dobrar suas vendas no próximo ano. Para isso, terá de aumentar a frequência das importações, que ainda são um desafio do negócio. "O produto demora a chegar, os impostos da nacionalização precisam ser pagos antes da retirada do contêiner. É um fluxo de caixa difícil de trabalhar”, afirma.

Bike elétrica é escolha, não necessidade, diz empresário do setor

Em 2009, Ricardo De Féo, 47, investiu R$ 1 milhão para abrir a General Wings, montadora de bicicletas elétricas. Cinco anos depois, o empresário afirma vender 600 bicicletas por ano na loja própria, em São Paulo, e em outros 32 pontos de vendas no país.

Seus modelos custam de R$ 4.250 a R$ 4.750. Os principais componentes, entre eles a bateria de lítio e o motor elétrico, são importados da China, de Taiwan, dos EUA e da Itália. Outros itens, como aro, câmara e pneus são comprados no mercado nacional.

“Meu cliente é quem vê a bicicleta como meio de transporte e qualidade de vida. Com a bike elétrica, o esforço não é tão grande e ele não chega suado aos compromissos. Em geral, ele tem um veículo para a família e compra a bicicleta por escolha, não por necessidade”, diz o empresário, que conta ter faturado R$ 2 milhões no ano passado. 

Primeiro desafio é fazer cliente experimentar, diz empresa de skate elétrico

A Two Dogs, de Curitiba, importa, entre outros produtos, skates e patinetes elétricos também da China. Os veículos servem como meio de transporte e lazer, conta o empresário Tairone Passos, 36. Os skates elétricos custam de R$ 1.990 a R$ 6.250. As patinetes elétricas vão de R$ 2.790 a R$ 3.790.

Passos diz que a principal dificuldade, no início, foi fazer o cliente experimentar o produto. “Eu já tinha experiência anterior com importações, então, isso não foi dificuldade, mas precisava apresentar o produto ao cliente. Foram cinco anos para construir uma rede de distribuição saudável e completa”, afirma.

Os produtos são vendidos em mais de 500 lojas multimarcas de artigos esportivos. Em 2013, a empresa faturou R$ 3,6 milhões e a meta para 2014 é chegar a R$ 4,5 milhões. A empresa vende, em média, 290 produtos por mês.

Mercado é recente e falta organização

Para Gilberto Campião, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa de São Paulo), os veículos elétricos são uma tendência por estarem alinhados à procura de hábitos de vida mais saudáveis e de solução para a mobilidade nas grandes cidades. 

O segmento, no entanto, ainda sofre com falta de conhecimento do cliente e falta de legislação específica, dizem os empresários. É o caso da patinete elétrica. “Algumas praças, como o Rio de Janeiro, liberam geral. Outras não sabem o que fazer, alegam que é necessário uma habilitação especial, mas o Detran [Departamento Estadual de Trânsito] dos Estados não sabe como orientar os usuários e as empresas”, diz Passos.

A bicicleta elétrica foi regularizada no final de 2013 pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito), que estabeleceu regras como potência máxima de 350 watts e velocidade de até 25 km/h. 

Também não há dados sobre o tamanho do mercado das bikes elétricas, segundo a Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas e Bicicletas).“As empresas conversam entre si e trocam informações, baseadas no número de importações e de vendas. Assim, chegamos à estimativa de que são comercializadas 10 mil bicicletas elétricas por ano no Brasil”, diz De Féo.

Onde encontrar:

General Wings - www.generalwings.com.br

Lev - www.golev.com.br

Two Dogs - www.twodogs.com.br