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Fábrica de redes do CE exporta 90% da produção para Europa, EUA e Austrália

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

25/02/2015 06h00

Uma pequena fabricante de redes de descanso de Fortaleza (CE), com 40 funcionários, exporta 90% da sua produção para países como África do Sul, Alemanha, Austrália, Espanha, Estados Unidos, França, Itália, Holanda e México. Por mês, a fábrica Redes Isaac produz cerca de 8.000 unidades. O faturamento não foi divulgado.

As peças são vendidas no atacado de R$ 40 a R$ 190 cada. O preço de venda é o mesmo no país e no exterior, segundo a empresa. O produto é revendido ao consumidor final pelas lojas, tanto no Brasil como lá fora, custando, em geral, o dobro, estima a Redes Issac.  

A fabricante é uma das 60 pequenas empresas expositoras da Gift Fair, feira do segmento de casa e decoração que termina nesta quinta-feira (26), em São Paulo. Ao todo, o evento, exclusivo para lojistas, reúne mais de 700 expositores de todos os portes.

De acordo com a diretora de vendas Isabel Vieira, 27, o objetivo da empresa na feira é ampliar a atuação no país por conta do aumento da concorrência no exterior, principalmente de empresas chinesas, indianas e colombianas. “Já chegamos a exportar 98% da produção, mas faltava capacidade para atender o mercado interno”, diz. 

Esta é a segunda participação da Redes Isaac. Em 2014, a empresa iniciou as negociações com uma grande rede de lojas de decoração para a qual já vendeu três vezes, totalizando cerca de mil peças. Para este ano, a fabricante espera vender no evento, pelo menos, 500 redes. “Hoje, estamos mais estruturados e queremos aumentar a participação dentro do país”, diz Vieira.

A diretora afirma que a maior dificuldade para a empresa foi adequar-se à legislação de exportação. “É um processo bastante burocrático e difícil para o pequeno empresário entender sem a ajuda de um especialista.”

Empresa vende escultura budista de até R$ 1.000

Em sua 10ª participação na Gift Fair, a Estrela D’água, de Aiuruoca (421 km ao sul de Belo Horizonte, MG) quer ampliar a carteira de clientes, de acordo com o sócio do negócio José Sarto Carvalho, 54. “Já temos clientes fiéis em nossa região e queremos abrir mercados em outros Estados”, diz.

A empresa vende esculturas e artigos decorativos ligados ao budismo, hinduísmo e esoterismo. O empresário compra os produtos de pequenos artesãos e os revende em uma loja própria. Esculturas de 150 g custam, no atacado, a partir de R$ 12, enquanto as maiores, de até 35 kg, podem chegar a R$ 1.000. O faturamento não foi revelado.

Por estar em uma cidade afastada dos grandes centros urbanos, o empresário afirma que uma de suas dificuldades é a logística. “O frete sai caro quando precisamos entregar pedidos para os clientes”, declara.

Pequenos negócios carecem de planejamento e gestão

A falta de planejamento e de noções de gestão são as maiores dificuldades enfrentadas por pequenas empresas que atuam com decoração e artesanato, segundo Arthur Achôa, gerente do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo).

Para ele, muitos empreendedores produzem artigos de qualidade, mas erram ao não estabelecer metas de venda e estratégias de marketing. “Às vezes, uma etiqueta com o nome do artesão, local onde a peça foi produzida e o material utilizado já diferencia o produto porque há uma história por trás dele”, afirma.

Achôa diz, ainda, que é comum o artesão levar a atividade como hobby. No entanto, de acordo com o especialista, esse comportamento pode afastar a clientela. “Mesmo que o artesanato seja para completar a renda, ele precisa ser profissional. É preciso ter preços e cumprir prazos, se não fica um negócio sem compromisso.”

Serviço

Gift Fair

Data: de 23 a 26 de fevereiro

Horário: das 10h às 20h

Local: Expo Center Norte

Endereço: rua José Bernardo Pinto, 333, Vila Guilherme, São Paulo (SP)

Entrada: grátis, exclusivo para lojistas