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Casa de gincana para adulto com corredor da morte e enigmas lança franquia

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo

18/06/2015 06h00

Fugir de uma casa mal-assombrada, do corredor da morte de uma prisão, resgatar uma joia roubada ou encontrar uma jovem desaparecida. Esses são os desafios propostos pela Escape60, casa de gincanas para adultos inaugurada no último dia 8 na Vila Olímpia, zona sul de São Paulo. Para cumprir o objetivo, os participantes precisam desvendar uma série de enigmas.

Apesar da abertura recente, o negócio já formatou um modelo de expansão por franquias, que será lançado na ABF Expo Franchising, principal feira de franquias do país, realizada na capital paulista entre os dias 24 e 27 de junho. O custo para abrir uma unidade será revelado no evento. A meta da empresa é chegar a cem pontos de operação no país em três anos.

O espaço tem quatro salas, cada uma com um tema (prisão, casa mal-assombrada, hotel e banco), onde podem jogar grupos de quatro a 16 participantes. Um funcionário explica a história e as regras do jogo e tranca os participantes na sala. Eles têm de resolver em 60 minutos. Cada ingresso dá direito à visita a apenas um dos cenários.

A partir daí, começa a contagem regressiva, e o grupo precisa desvendar pistas escondidas no recinto para escapar. Tudo é monitorado por câmeras, e dicas extras podem ser solicitadas a qualquer momento. Dentro das salas, não são permitidos celulares e câmeras fotográficas, para que os segredos não sejam vazados.

“Mesmo com as dicas extras, apenas de 10% a 15% dos grupos conseguem escapar”, diz Jeannette Galbinski, 50, sócia do Escape60. Quando o tempo termina e os jogadores não cumpriram o objetivo, as portas são destravadas. Depois, os segredos são revelados. “Nossa ideia é que essas pessoas voltem, mas em outras salas.”

Segundo ela, as quatro salas estão com as agendas lotadas até o fim do mês de junho. Mais duas estão em obras e devem ser abertas até julho. Com isso, a empresa espera atender cerca de 4.000 pessoas por mês. O faturamento não foi revelado. O preço por participante é R$ 69 até as 17h, e R$ 79 à noite, aos finais de semana e feriados.

Investimento para abrir negócio foi de R$ 1,2 milhão

A ideia de abrir a empresa surgiu após uma viagem feita pela empresária Jeannette Galbinski e o marido, Márcio Abraham, a Paris, no ano passado. Na capital francesa, eles conheceram o modelo de negócio e viram a possibilidade de trazê-lo para o Brasil. A dupla se juntou ao casal José Roberto Szymonowicz e Karina Papautsky. Juntos, eles investiram R$ 1,2 milhão para começar as atividades.

De acordo com a empresária, o público-alvo são grupos de amigos, famílias e empresas que queiram incrementar processos de recrutamento e de treinamento. “O jogo funciona como uma dinâmica de grupo na qual podem ser avaliadas habilidades como trabalho em equipe e liderança”, diz. “Também é possível analisar o perfil de candidatos a uma vaga por meio do monitoramento da sala.”

Outra possibilidade de receita, segundo a sócia do Escape60, é alugar salas para eventos corporativos, como lançamentos de produtos e ações de marketing. “Nossa expectativa é de que, durante o dia, as salas sejam ocupadas por empresas, enquanto à noite e nos finais de semana a procura maior seja de grupos familiares e de amigos”, declara.

Franquia com menos de 1 ano é mais arriscada

Para se manter no mercado no longo prazo, o Escape60 precisa superar o desafio de ser uma onda passageira. Negócios semelhantes, como o paintball e o Laser Shots, não conseguiram esse feito. Os jogos de guerra com munição de tinta e laser também para adultos, que foram febre nos anos 1990 2000, enfrentaram perda de público e fechamento de unidades, com o passar da moda.

“Em geral, negócios no ramo de entretenimento possuem custos elevados, especialmente com manutenção de brinquedos, equipamentos e aluguel de grandes áreas”, afirma Marcus Rizzo, diretor da consultoria Rizzo Franchise. “Se a receita não for suficiente para cobrir essas despesas e gerar lucro, inevitavelmente a empresa vai fechar.”

Segundo o consultor, negócios que aderem ao modelo de franquias com menos de um ou dois anos de mercado aumentam o risco para quem pretende abrir uma unidade. “Antes disso, a empresa não tem experiência como operadora do negócio e não enfrentou os ciclos de pico e de sazonalidade”, diz. “Essa inexperiência é transferida para o franqueado, o que aumenta o risco de fracasso.”

Onde encontrar:

Escape60: www.escape60.com.br

Participantes de gincana têm uma hora para desvendar enigmas