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Empresária larga carreira e fatura com delivery e 'test drive' de lingerie

Larissa Coldibeli

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/02/2016 06h00

A empresária Priscila Biella, 31, deixou o cargo de gerente de marketing em uma empresa de tecnologia para apostar no negócio próprio, uma loja virtual de lingerie, moda praia e acessórios que envia as peças para as clientes experimentarem antes da compra. Com isso, ela diz vender mais, e chega a faturar R$ 25 mil ao mês. O lucro não foi divulgado.

“É importante que a cliente conheça o material, veja o caimento do produto. Isso diminui as barreiras para a compra. Sutiã tem muitas variações, precisa estar bem ajustado na taça, nas costas, nos ombros”, afirma Biella.

Só não é permitido experimentar as calcinhas, por uma questão de higiene. Segundo a empresária, isso não é empecilho para as vendas. “A confiança das clientes até aumenta, pois sabem que ninguém vestiu aquela calcinha antes. É uma peça muito íntima”, diz Biella.

Investimento inicial foi de R$ 15 mil

O site Bielíssima foi lançado no início de 2015, com investimento inicial de R$ 15 mil. As lingeries são o carro-chefe, mas, no verão, crescem as vendas dos itens de moda praia, segundo a empresária. Os acessórios, como bolsas e joias, não são tão representativas nas vendas, de acordo com Biella, mas ajudam a compor kits de presente.

As vendas online do site e o envio antecipado de peças para prova atendem a todo o Brasil. Os produtos são de marcas famosas, como Hope, Valisere, Salinas e Ellus. Os preços variam de R$ 30 (calcinha) a R$ 1.436,10 (corrente com pingente em ouro). O público-alvo são mulheres das classes A e B.

Prova de graça

Na capital paulista, o "test drive" de peças é gratuito. Para experimentá-las, a cliente, antes da compra, precisa entrar em contato com a empresa por e-mail, Whatsapp ou telefone e informar as peças de que gostou. A Biellíssima envia os produtos escolhidos e outros similares. Não há custo para a cliente mesmo que ela não compre nada.

A própria empresária ou uma de suas vendedoras vai até a casa da cliente, em um horário marcado, para apresentar os produtos. Neste caso, a cliente prova e escolhe na hora o que vai comprar. Fora da capital paulista, a interessada recebe somente as peças, fica com elas por dois ou três dias e devolve as que não vai comprar, arcando com os custos de envio pelos Correios.

Chá de lingeries para noivas

Outra estratégia da empresária para conquistar clientes para a loja virtual é realizar encontros em salões de beleza e clínicas de estética, uma prática mais antiga, mas que tem funcionado. “Hoje, as vendas são bem equilibradas, metade na loja virtual e metade nos eventos. Mas o objetivo dos eventos é impulsionar o site e divulgar a marca”, diz a empresária.

Recentemente, o Biellíssima  passou a oferecer também a organização de chás de lingeries para noivas. O serviço custa a partir de R$ 700. Outra aposta é a elaboração de kits de presentes e vendas consultivas de peças femininas para o público masculino.

“Cerca de 10% das minhas vendas são para homens que querem presentear, e eles precisam de ajuda na hora da escolha. A vantagem é que é um público fiel. Quando eles acertam no primeiro presente, voltam para comprar mais”, afirma.

Estratégia não é nova, diz professor

Segundo Sergio Seloti Junior, professor de empreendedorismo e novos negócios da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a estratégia adotada por Biella não é nova, mas funciona. “Quando o cliente está com a peça na mão, a propensão a devolvê-la diminui. Esse modelo já era usado pelas vendedoras de potes plásticos nos anos 90.”

Ele diz que, enquanto o negócio for pequeno, é mais fácil administrar eventuais perdas. No entanto, a empresa que quiser crescer precisará adaptar o modelo, deixando-o menos dependente da proprietária. “Ela pode montar uma equipe interna de vendas para fazer as visitas ou apostar em representantes, como faz a marca de cosméticos Mary Kay”, afirma.

Onde encontrar: 

Bielíssima: www.biellissima.com.br

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