Quer fazer sorvete? Curso dá receita profissional e ensina a abrir negócio
Ele estudou na França e decidiu abrir uma escola em São Paulo. O que ensina? A fazer sorvete --e a ter o seu próprio negócio.
Francisco Sant'Anna, 43, é um mestre-sorveteiro formado pela École Nationale Supérieure de la Pâtisserie, na França. Em setembro, inaugurou a Escola Sorvete no bairro do Sumaré, na zona oeste da capital paulista.
Percebi que muitas gelaterias começaram a surgir no país e logo fecharam as portas. Então, resolvi transformar o meu conhecimento em um novo negócio e compartilhar minha experiência.
O investimento inicial foi de R$ 200 mil e, nos seis primeiros meses de funcionamento, o negócio faturou R$ 300 mil, segundo Sant'Anna.
Muito mais do que fazer sorvete
O objetivo da escola, segundo o empresário, vai além de ensinar a fazer um bom sorvete. "Preparamos o aluno para conhecer a realidade do mercado e contribuímos para que ele direcione o seu negócio", declara.
O público-alvo são pequenos empreendedores ou profissionais em busca de uma nova fonte de renda e de conhecimento sobre o mercado.
Os alunos aprendem, por exemplo, a escolher e comprar os ingredientes, dimensionar o maquinário de suas lojas e a estruturar a cadeia de suprimentos, adaptando as receitas às realidades locais.
A escola oferece workshops e cursos intensivos de paletas, gelatos e picolés, com diferentes níveis de especialização e carga horária entre 14 e 35 horas. O preço varia de R$ 1.000 a R$ 2.500 e pode ser parcelado.
Acompanhamento via WhatsApp
A Escola Sorvete já fez parte da criação de pelo menos 30 negócios, em cidades como Santarém (PA) e Aracaju (SE), e países como Rússia e Mongólia. Segundo Sant'Anna, muitos alunos já pagaram o investimento inicial e estão lucrando.
As orientações, diz ele, não terminam com o fim das aulas. Ele oferece uma espécie de consultoria à distância. "Pelo WhatsApp, eu vou monitorando cada um dos meus alunos."
Lucro do primeiro ano reinvestido
Com menos de um ano no mercado, a Escola Sorvete vem reinvestindo seu lucro no próprio negócio: foi construído um novo laboratório e foram importadas três novas máquinas da Itália.
A partir do segundo semestre, a ideia do empresário é oferecer também cursos de confeitaria.
"Percebemos que havia demanda, então resolvemos aproveitar o tempo ocioso de nossas instalações para ampliar o negócio", afirma.
Crise pode desestimular novos empreendedores
O setor de sorvetes no Brasil é formado por micro e pequenas empresas, e elas precisam investir em desenvolvimento e inovação, segundo Hebert Rodrigues, consultor de negócios do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Isso, segundo o consultor, torna ainda mais interessantes cursos como o que a Escola Sorvete oferece.
Ele alerta, no entanto, que o momento econômico atual, cercado por incertezas, gera uma redução do consumo e pode desestimular novos empreendedores a investir.
Onde encontrar:
Escola Sorvete: http://www.escolasorvete.com.br/
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