Loja sobrevive há 50 anos com guarda-chuvas, mesmo com concorrência chinesa
A Oliveira Guarda-Chuvas, no centro de São Paulo, tem mais de 50 anos (foi fundada em 1967) e ainda consegue sobreviver apesar da concorrência dos produtos baratos importados da China. O negócio hoje é tocado por Jorge de Oliveira Neto, 70, filho do fundador.
Apesar da avalanche de peças vindas do país asiático a preços baixos e vendidas em qualquer esquina, o empresário diz que a loja, que também faz conserto de guarda-chuvas, encara o mercado informal de ambulantes que vendem o produto por R$ 10 ou menos nas ruas.
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A empresa vende outros produtos, como carteiras e mochilas, mas os guarda-chuvas respondem por 80% do movimento, segundo o dono. O lucro, o investimento inicial e o faturamento não foram divulgados.
“Hoje em dia, você encontra guarda-chuva em qualquer lugar. Foi difícil lutar contra essa concorrência, mas eu não trabalho com produto descartável. Tenho um produto melhor, com uma clientela antiga. É uma loja mais específica. Eu comprei o ponto, então não pago aluguel. Tenho um gasto a menos. O negócio está andando”, afirma Jorge de Oliveira Neto.
O guarda-chuva mais barato é o modelo comprido e sai por R$ 18,00. O mais caro chega a R$ 450,00, da marca alemã Knirps, que Jorge Neto traz diretamente da Europa para ter algo diferente na loja. Segundo ele, esse guarda-chuva tem qualidade muito superior no acabamento, no tecido (mais impermeável), e nas varetas, que não enferrujam.
A peça mais vendida é o guarda-chuva dobrável, a R$ 29,00, que chega a 500 unidades comercializadas por mês em períodos de chuva, principalmente entre novembro e março.
Há todos os tipos de modelos de guarda-chuvas: dobrável, comprido, automático, manual, mini, super mini e médio. Além deles, são vendidos na Oliveira Guarda-Chuvas artigos de couro, como carteiras, pastas e cintos, capas de chuva, porta-moedas, bengalas e mochilas.
“Muita gente não gosta de trocar de guarda-chuva, apenas consertá-lo”, relata Neto.
Um serviço de manutenção de guarda-chuvas fica entre R$ 10,00 e R$ 25,00. Por semana, em média, são reparados cerca de 20 peças.
Para a consultora do Sebrae-SP, Monica Lemes Padovani, o sucesso da Oliveira Guarda-Chuvas deve-se, entre outros fatores, à fidelização dos clientes. Segundo ela, a credibilidade passada ao público graças aos anos no mercado, também ajuda na boa trajetória do negócio.
“A maior e mais poderosa ferramenta de marketing dos dias de hoje é o marketing de relacionamento e pós-venda. Além disso, usar a tradição que já possui e o mercado que atua a favor do seu negócio, como solidez e credibilidade”, afirma a consultora.
De acordo com Padovani, o proprietário precisa adotar algumas medidas para que o empreendimento continue brigando de igual para igual com a concorrência.
“Tem que inovar sempre. A revitalização da marca e do site seria uma estratégia bastante pertinente para os dias atuais, além, é claro, da utilização adequada das redes sociais”, explica Monica Lemes Padovani.
Onde encontrar:
Oliveira Guarda-Chuvas - www.guardachuvas.com
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