Dá para viver de renda com R$ 100 mil? Veja quanto rende por mês
É possível viver de renda se você tem R$ 100 mil para investir? Na coluna de hoje eu trago cálculos mostrando quanto esse valor tende a render aplicado em investimentos de baixo, médio e alto risco.
Risco baixo: de R$ 300 a R$ 500 por mês, aproximadamente
Investindo R$ 100 mil em títulos do Tesouro Direto, os investimentos mais seguros do país, é possível ter uma renda entre R$ 300 e R$ 500 por mês, aproximadamente, já descontando a inflação e o Imposto de Renda.
No Tesouro Prefixado 2033, o rendimento seria de 9,9% ao ano, descontando o IR, o que daria um ganho de R$ 793 por mês.
Mas, se o objetivo é viver de renda, você não pode gastar tudo o que ganhar com juros, pois isso faria a inflação corroer o valor principal. A quantia aplicada precisa ser corrigida pela inflação.
Sendo assim, se considerarmos uma inflação de 4% ao ano, o que você poderia retirar dos rendimentos do Tesouro Prefixado seria R$ 464 por mês. No Tesouro IPCA 2055, você poderia fazer retiradas de R$ 366 por mês, e no Tesouro Selic, de R$ 532. Nesses três exemplos utilizei os títulos que pagam juros semestrais, de forma que você possa receber a quantia na sua conta-corrente, facilitando a vida de quem quer viver dos rendimentos.
É importante saber, também, que esses títulos pagam juros uma vez por semestre, não por mês. Por isso, quando eu falo em retiradas de R$ 532 por mês, por exemplo, estou falando de uma média. Na verdade, a sua retirada seria de R$ 3.192 por semestre.
Risco médio: de R$ 600 a R$ 700 por mês, aproximadamente
Aplicando os R$ 100 mil em fundos de investimento imobiliário (FIIs), é possível obter uma renda mensal entre R$ 600 e R$ 700, aproximadamente.
No BTLG11, um dos fundos de logística mais recomendados por analistas atualmente, e que por sinal, eu tenho na minha carteira, o retorno tende a ser de R$ 728 por mês, já livre de Imposto de Renda.
No caso de fundos imobiliários, não precisamos descontar a inflação no cálculo, pois os rendimentos, a longo prazo, tendem a sofrer correção monetária.
No fundo de shoppings centers VISC11, o rendimento tende a ser de R$ 707 por mês, e no PVBI11, de lajes corporativas (prédios de escritório), o retorno seria de R$ 605 mensais.
Todos esses rendimentos não são garantidos, ainda mais que estamos falando de ativos de renda variável, ou seja, eles contêm riscos. Você só terá esses rendimentos se esses fundos continuarem distribuindo proventos no mesmo ritmo dos últimos 12 meses.
Risco alto: de R$ 300 a R$ 800 por mês, aproximadamente
Em dividendos de ações, um investimento de R$ 100 mil daria um rendimento entre R$ 300 e R$ 800 por mês, aproximadamente.
Nos papéis do Banco do Brasil (BBAS3), o retorno ficaria em R$ 759 por mês, caso o banco continue distribuindo dividendos no mesmo ritmo dos últimos 12 meses.
Já nos papéis da Copel (CPLE6), o retorno seria de R$ 671 por mês, e nos da B3 (B3SA3), de apenas R$ 295 por mês.
Aqui vale a mesmo observação que fiz sobre os fundos imobiliários: esses rendimentos só ocorrerão se essas empresas mantiverem o ritmo atual de remuneração dos investidores. Veja que, entre as ações, existe uma diferença muito grande entre as que rendem mais dividendos e as que rendem menos. Citei apenas três exemplos, mas você facilmente encontrará companhias que pagam menos do que a B3 ou que não pagam nada em dividendos.
Mas saiba que, se a empresa está pagando pouco hoje, não quer dizer que não seja boa. O retorno em dividendos pode ter sido reduzido por questões momentâneas.
Ao investir em uma ação, deve-se ter em mente que os dividendos podem tanto aumentar quanto diminuir. Por isso é importante acompanhar as análises de profissionais.
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