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Com Selic em queda, ainda dá para ganhar quase 1% ao mês?

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Ter uma rentabilidade mensal de 1% com investimentos seguros é um sonho de muita gente, mas isso está cada vez mais raro. Prazo para ter esse rendimento na renda fixa está com os dias contatos, já que a taxa de juros está em queda. No passado, esse rendimento era muito mais comum. Veja abaixo as alternativas.

Cenário vai mudar

Dá para receber mais de 1% ao mês. Como a Selic está pagando 13,25% ao ano, o retorno mensal, hoje, é de pouco mais de 1,04% no Tesouro Selic. O CDB que paga 100% do CDI também tem retorno mensal de 1% atualmente.

Hoje, juros estão em alta por causa da inflação. Esse é reflexo das políticas de incentivo à economia dos governos do mundo todo durante a pandemia. Os juros caíram e vários países utilizaram suas contas públicas para combater o vírus e auxiliar a população que não podia trabalhar normalmente, diz Alexandre Brito, sócio e gestor da Finacap Investimentos. O resultado foi uma inflação em alta.

Brasil está se recuperando, e Selic está em queda. No início de agosto, a taxa caiu de 13,75% para 13,25%. A expectativa é que siga assim até o final de 2023 e que já no próximo ano alcance um dígito.

Com a queda dos juros, o cenário muda. A previsão do Boletim Focus é que a Selic seja de 11,75% até o fim de 2023, de 9% ao ano em 2024 e de 8,50% em 2025 e 2026. Assim, o retorno vantajoso de 1% ao mês na renda fixa está com os dias contados.

A taxa básica de juros afeta os investimentos. Quando a Selic sobe, o retorno mínimo esperado em ativos de risco aumenta, o que reduz o preço para compensar o novo prêmio de risco.
Alexandre Brito, sócio e gestor da Finacap Investimentos

Taxa Selic x Bolsa de Valores

Historicamente, a taxa Selic e a Bolsa de Valores apresentam movimentos distintos. Enquanto os juros sobem, a Bolsa tende a cair. As empresas listadas enfrentam custos de crédito mais elevados e receitas mais apertadas, o que reduz os lucros. Isso porque o investidor recebe um rendimento maior em ativos seguros, como os produtos de renda fixa.

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Agora, a previsão é que a taxa de juros chegue a 9% ao ano até o fim de 2023. Deve chegar a 8,5% em 2025 e 2026, segundo o boletim Focus, do Banco Central., o rendimento seja menor que 1% ao mês até o final de 2024. Juros anuais de 9% ao ano representam um rendimento de 0,72% ao mês, e de 0,68% mensais com juros de 8,5% ao ano.

O otimismo dos gestores de mercado estima alta do Ibovespa. A pesquisa de agosto do Bank of America (BofA) diz que o índice pode ser negociado acima dos 120 mil pontos ainda este ano. Isso significa que os investimentos mais arriscados, como a Bolsa de Valores, tendem a ter um bom desempenho nos próximos anos, diz Márcio Miranda, assessor de investimentos da Vértua Investimentos.

Rentabilidade possível é alta. Considerando o preço das ações sobre o lucro da empresa, ações têm uma rentabilidade possível de 14% por ano. Mesmo sendo um investimento sem garantia de retorno, o histórico mostra que a rentabilidade da Bolsa é acima da média em momentos de queda da Selic.

Esses ciclos duram, em média, de dois a três anos. É o que diz o sócio e gestor da Finacap Investimentos. Por isso, os investimentos atrelados à taxa Selic ou CDI ainda pagam 1% ao mês, mas em breve esse rendimento vai cair.

Onde achar 1% ao mês em renda fixa

CDBs que rendem 100% ou mais do CDI entregam rentabilidade acima de 1% ao mês atualmente. Algumas corretoras oferecem CDB de liquidez diária que paga 102,25% do CDI, que rende cerca de 1,06% ao mês no atual cenário.

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As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) rendem perto disso. Mesmo com retorno menor de 100% do CDI, contam com a isenção da cobrança do Imposto de Renda (IR).

Mas esses são títulos pós-fixados - e sua rentabilidade pode mudar. Isso porque esses investimentos dependem da Selic, que está em queda.

Prazo está acabando

A rentabilidade de 1% não vai durar para sempre. As políticas adotadas pelo Banco Central para manter a inflação sob controle mais as medidas fiscais implementadas pelo governo indicam um cenário mais favorável para a redução dos juros no curto prazo. Os títulos de renda fixa serão impactados, pois sua rentabilidade está diminuindo.

Uma alternativa são os produtos de investimento em renda fixa indexados a uma taxa fixa, como os títulos prefixados. Produtos como CDBs de instituições financeiras e produtos de crédito privado como os CRA e CRI, diz o assessor da Vértua Investimentos.

Se você quer ter certeza do quanto você vai receber no longo prazo, o caminho são os prefixados. No Tesouro, já não é possível ter 1% ao mês. O Tesouro Direto com as maiores taxas de juros nessa modalidade é o Tesouro Prefixado 2033, com juros semestrais, que paga 11,33% ao ano. Isso já dá menos de 1% ao mês: são apenas 0,898%. E essa é a rentabilidade bruta - ainda há desconto do IR.

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Mas rendimento é raro. O título prefixado com a maior rentabilidade bruta no mercado, hoje, paga 12,65% ao ano, 0,99% ao mês. Busca foi feita na plataforma de comparação de investimentos Yubb.

Média já não paga 1% ao mês. Segundo a Yubb, a rentabilidade líquida média é de 11,006% ao ano, considerando todos os CDBs disponíveis no dia 24 de agosto.

Vantagem da renda variável

Aplicar em renda variável é uma opção para seguir com boa rentabilidade. Os fundos imobiliários e ações representam ótimas oportunidades de ter um rendimento igual ou superior a 1%. Um grande benefício desses investimentos é que os dividendos, que são os lucros distribuídos por esses fundos, são isentos de IR para pessoa física.

Alguns fundos imobiliários de papel entregam dividendos acima de 1% ao mês. Por exemplo, o RBRY11 pagou 1,20% no último mês, e o CPTS11 distribuiu 1,02% de dividendos.

A Bolsa de Valores brasileira tem mostrado sinais positivos com a queda da taxa Selic. Com base no atual patamar do Ibovespa, a relação inversa de preço sobre lucro sugere uma taxa de retorno anual acima da inflação de aproximadamente 14%. Mesmo que seja uma classe de ativos sem garantia de retorno positivo, nos últimos anos, o desempenho foi acima da média em momentos de queda da Selic, segundo Miranda.

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Depende do seu perfil. Investimentos em Bolsa ou em FIIs fazem parte da renda variável, que sofrem mais com o sobe e desce do mercado. Veja abaixo qual é o seu perfil de investidor antes de aplicar seu dinheiro.

Cuidados para investir agora

Diversificação evita os principais problemas. Não coloque todo o seu patrimônio em um único investimento e, sim, combine diferentes características de produtos para diminuir os riscos e aproveitar as oportunidades no mercado.

Use a tecnologia como aliada. Plataformas digitais oferecem dados em tempo real e até aplicativos para a gestão dos ativos, facilitando acompanhar o desempenho. Estar bem informado ajuda a saber onde investir.

Controle as suas emoções. A inteligência emocional impede que caia em ciladas por impulso. Por exemplo, a ganância em buscar maiores retornos sem analisar os riscos. Você pode ter prejuízos.

Ajuste as estratégias durante todo o ano. Separe um tempo na rotina para reavaliar os seus objetivos financeiros. Veja a performance dos seus investimentos e o que compensa a longo prazo. É uma prática positiva que pode garantir que você permaneça no caminho certo e alcance suas metas.

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O investidor deve tomar cuidado com produtos que oferecem rentabilidade acima do padrão de mercado, especialmente quando não os conhece e não compreende os riscos.
Márcio Miranda, assessor de investimentos da Vértua Investimentos

Aulão: Como se aposentar sem depender do INSS

Quer se aposentar cedo, viver de renda e ter uma vida tranquila? Investir pensando na aposentadoria é um sonho comum. Mas o que muitos não sabem é que planos de previdência não são os únicos produtos que podem ajudar com esse objetivo. O UOL terá um aulão, que começou no dia 24 de agosto, sobre o tema "Como se aposentar sem depender do INSS". Serão três lives ao vivo, e assinantes podem rever as aulas quantas vezes quiserem.

Na primeira aula, falamos sobre a importância de planejar a aposentadoria e começar a fazer isso já. A segunda aula da série abordou a necessidade de ter ou não a previdência privada no seu planejamento de aposentadoria.

Assista ao aulão no Papo com Especialista, programa ao vivo do UOL, todas as quintas-feiras, das 16h às 16h40. Assine aqui e participe!

A última série do Papo com Especialista foi sobre como chegar a R$ 1 milhão - ou qualquer outro valor - e investir seu dinheiro de acordo com seu perfil, sonho e prazo. Para saber mais, acesse "Quer ser milionário? Veja como investir e o que não te contam".

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Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.

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