Quais ações comprar agora se você quer ganhar dividendos nos próximos meses

Existe prazo para investir. A "data com" é a data considerada como base para ter direito a receber um determinado dividendo. O acionista precisa ter as ações em carteira naquele dia para receber os proventos que foram anunciados previamente, diz Sergio Biz, analista e sócio do GuiaInvest. Já no dia seguinte, conhecido como "data ex", não há mais direito a proventos. Se o investidor comprar uma ação nesse dia ou depois, não receberá os dividendos anunciados.

Preço das ações passa por ajuste. Na "data ex", o valor distribuído aos acionistas é descontado da cotação da ação, diz Biz. Se uma ação custa R$ 10 e ela distribui R$ 1 de dividendos aos acionistas, na "data ex" a ação custará R$ 9.

Evite estes erros

Analistas alertam sobre erros comuns dos investidores iniciantes.

Ignorar a "data com". O analista independente Ricardo Schweitzer diz que muitos investidores confundem quando precisam investir nas ações para ter direito aos dividendos. "Não importa se você comprou a ação há três dias ou há 30 anos, se tiver o papel na 'data com' recebe o dividendo. Mas se vender antes disso, o provento vai para o novo dono", afirma.

Comprar uma ação na "data com" e vendê-la na "data ex". Muitos investidores investem apenas para pegar os dividendos e vendem a ação logo em seguida. Mas na verdade estão saindo no zero a zero, porque a ação perde o valor dos dividendos. "Se uma ação está negociada a R$ 10 na 'data com' e distribui R$ 1 em dividendos, ela iniciará os negócios na 'data ex' cotada a R$ 9. Quem segue essa prática não gera valor algum", diz Schweitzer.

Achar que o desconto na "data ex" é prejuízo. Se o dividendo é descontado do preço da ação, será que vale a pena a estratégia? Schweitzer diz que esse desconto corresponde na verdade a uma parcela do fluxo de caixa da empresa. Em consequência, uma companhia com bons fundamentos vai continuar gerando caixa e valorizando no futuro. Biz afirma que dividendos costumam representar dois terços do retorno total das ações no longo prazo.

Escolher uma ação apenas pelo dividendo. Os analistas recomendam olhar outros indicadores além dos pagamentos. É importante ver se a empresa consegue gerar caixa e acumular patrimônio, se precisa de novos investimentos para crescer, qual é o seu nível de endividamento e qual é o retorno que ela oferece, sobre o capital e sobre o patrimônio. Esses dados irão indicar se os dividendos são sustentáveis no longo prazo.

Confira a lista de ações com "data com" entre 19 e 31 de outubro.

Santander (SANB3; SANB4; SANB11) - dividendos e JCP

Itaúsa (ITSA3; ITSA4) - JCP

Telefônica Brasil (VIVT3) - JCP

Caixa Seguridade (CXSE3) - dividendos

Banco BMG (BMGB4) - JCP

BrasilAgro (AGRO3) - dividendos

Tupy (TUPY3) - JCP

Banestes (BEES3; BEES4) - JCP

Itaú Unibanco (ITUB3; ITUB4) - JCP

Oportunidade à vista

Telefônica Brasil (VIVT3) é oportunidade. Especialistas afirmam que ela tem um retorno em dividendos projetado de entre 7% e 10% para os próximos 12 meses. Esse dado também é chamado de dividend yield, que é quanto a empresa paga de dividendos em relação ao valor da ação.

Ela é líder em seu setor. Além disso, possui um histórico consistente de distribuição de proventos, diz Biz, da GuiaInvest. O analista elogia os bons resultados operacionais dos últimos trimestres, com ajustes de preço nos segmentos de telefonia fixa e móvel. Para ele, a tendência de crescimento no lucro e receita deve continuar no balanço do terceiro trimestre.

A companhia também deve continuar crescendo. Isso graças ao seu endividamento controlado e investimentos em 5G. Os riscos, segundo Biz, estariam relacionados ao cenário macroeconômico, que pode elevar a taxa de desistências ou a companhia ter que repassar a inflação aos clientes.

Santander também é opção. Já Luan Alves, analista chefe da VG Research, cita o Santander (SANB11), com dividend yield projetado de entre 6% e 7% para os próximos 12 meses. "O Santander sofreu com a inadimplência de pessoas físicas nos últimos meses, mas esse movimento vai se reverter em 2024", afirma.

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