Indústria, construção e serviços pretendem investir menos, aponta FGV
O Indicador de Intenção de Investimentos da Indústria da Fundação Getulio Vargas (FGV) caiu 7 pontos no quarto trimestre de 2015, em relação ao trimestre anterior. Com isso, o índice ficou em 84,9 pontos, o menor nível da série iniciada no terceiro trimestre de 2012.
O resultado mostra que os investimentos produtivos devem continuar retraídos nos próximos meses, observa a instituição.
"A queda do indicador reflete o aumento da ociosidade e a baixa confiança empresarial. A pesquisa captou ainda um aumento da incerteza das empresas em relação à execução dos investimentos planejados, uma tendência que, em condições normais, sinaliza o aumento da chance de revisões do planejamento diante de mudanças do cenário", afirmou em nota Aloisio Campelo Jr., superintendente adjunto para Ciclos Econômicos da FGV/Ibre.
Indicadores abaixo de 100 pontos ocorrem quando mais empresas preveem diminuir que aumentar investimentos nos 12 meses seguintes. No quarto trimestre, 15,7% das empresas estão prevendo investir mais e 30,8% esperam o contrário. No terceiro trimestre, esses percentuais haviam sido de 20,4% e 28,5%, respectivamente.
Nos outros setores pesquisados - serviços, comércio e construção -, a FGV levanta a expectativa de investimentos a cada semestre, no segundo e quarto trimestres de cada ano.
No setor de serviços, o indicador caiu 10,8 pontos para 91,5 pontos, primeiro resultado inferior a 100 pontos na série iniciada no quarto trimestre de 2014. Neste trimestre, 14,5% das empresas preveem investir mais enquanto 23,0% programam investir menos. No segundo trimestre, os percentuais ficaram em 22,8% e 20,5%, nesta ordem.
No comércio, houve ligeira melhora no quarto trimestre de 2015, com o indicador passando de 112,9 para 114,3 pontos. As empresas que estão prevendo aumento representam 27,5% e as que planejam diminuir, 13,2% do total. Essas parcelas corresponderam a 25,7% e 12,8%, respectivamente, no segundo trimestre.
O pior resultado setorial foi observado na construção, segmento em que o indicador caiu 13,7 pontos e se situou em 69,6 pontos, menor da série iniciada no quarto trimestre de 2014. Apenas 9,9% das empresas pretendem investir nos próximos 12 meses e 40,3% pretendem diminuir os investimentos. No segundo trimestre, 14,3% previam aumento e 31%, diminuição do volume de investimentos nos 12 meses seguintes.
A edição do quarto trimestre de 2015 da Sondagem de Investimentos coletou informações de 3.692 empresas entre os dias 1 de outubro e 30 de novembro.
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