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Reinaldo Polito

Já fez as pazes com parentes pós-eleição? Discurso de Obama é ótimo exemplo

Getty Images
Imagem: Getty Images

30/10/2018 04h00

Os eleitores foram às urnas. As eleições terminaram. Os resultados foram divulgados. A maioria venceu. Outros não conseguiram alcançar seus objetivos. Agora é hora de comemorar a vitória, ou refletir a respeito do que não saiu como era esperado. Passado esse momento, cada um deve continuar com seus afazeres e deixar um pouco de lado os confrontos políticos.

O pior que poderia ocorrer seria olhar com rancor os vencedores, ou com desdém os perdedores. O presidente deverá agora governar para todos os brasileiros. Assim como o governador deverá se preocupar com o bem-estar de todas as pessoas que habitam o estado.

Foi admirável, por exemplo, o discurso feito por Barak Obama logo após os democratas saírem derrotados nas eleições americanas. Como um grande estadista deveria se comportar, falou para todos os americanos, com a cabeça voltada para o futuro dos Estados Unidos:

“Muitos americanos estão felizes. Muitos americanos não estão felizes. Mas assim funcionam as eleições. Essa é a natureza da democracia. Ela é dura. Às vezes, duvidosa e barulhenta. Não é sempre inspiradora. Às vezes você perde um argumento. Às vezes você perde uma eleição. É assim que a política funciona.

Nós tentamos convencer as pessoas de que estamos certos. E, então, as pessoas votam. E se perdemos, nós aprendemos com nossos erros, fazemos algumas reflexões, sacudimos a poeira, nos erguemos e voltamos ao jogo. Nós vamos atrás. Tentamos ainda mais da próxima vez.

O ponto é todos seguirmos em frente com a presunção de boa fé em nosso povo. Porque essa é a presunção de boa-fé. É essencial para uma democracia vibrante e funcional. Eu estou ansioso para fazer tudo o que puder para ter certeza de que o próximo presidente tenha sucesso.

Como eu já disse antes: eu penso nesse trabalho como uma corrida de revezamento. Você pega o bastão, corre o melhor que puder, com a esperança de que, quando for a hora de passar o bastão, você esteja um pouco à frente, você teve progresso. Eu posso dizer que nós fizemos isso, e eu quero garantir que a passagem do bastão seja bem executada. Porque acima de tudo estamos todos no mesmo time.”

Tomara que os vencedores e perdedores vejam assim o resultado das eleições brasileiras. Que acima dos seus interesses políticos pessoais mirem o interesse dos brasileiros. Os homens passam. Os partidos desaparecem. As ideologias se transformam. Mas, as próximas gerações, mesmo sendo compostas, obviamente, de pessoas diferentes, serão sempre de brasileiros.

As primeiras indicações são auspiciosas. O presidente eleito Jair Bolsonaro em seus primeiros discursos enfatizou que a intenção é a de governar para todos os brasileiros. Disse que vai agir para evitar a divisão do “nós” e “eles”, e do “eles” e “nós”. Há muito para fazer. Há um caminho enorme para ser percorrido. E somente com a união da maioria poderemos vencer todos esses desafios.

Por isso, hoje, amanhã, na próxima semana, nos próximos meses, vamos tentar conviver em paz com nossos familiares, amigos e colegas de trabalho. Se, por acaso, por causa da política, nos destemperamos ou discutimos com alguém de maneira mais contundente, vamos vestir a sandália da humildade e procurá-lo com a bandeira branca hasteada para uma conversa amistosa.

Disputas no trabalho

Vivemos essa situação o tempo todo na vida corporativa. As disputas de espaços, de ideias, de cargos e de poder levam, às vezes, a confrontos e desavenças aparentemente incontornáveis. Só que o desenvolvimento da empresa, e consequentemente o benefício de todos, é o que precisa prevalecer.

Por isso, depois de todos os embates, é a hora de recolher as armas e partir para o que efetivamente interessa para a organização, e não somente para as pessoas. Se observarmos as corporações mais tradicionais, passado um tempo, nenhuma pessoa mais permanece em seus postos, mas as empresas apenas sobrevivem por causa das decisões acertadas que foram tomadas pelos profissionais, independentemente das discussões que tenham havido.

Para isso serve também, e principalmente, a comunicação. Quem sabe se comunicar sabe também entender os anseios, as esperanças e os sentimentos que afetam as pessoas. A palavra cala. Mesmo que num primeiro momento a reação não seja a desejada, provavelmente, haverá reflexão sobre a conversa, e com a cabeça mais tranquila os pontos comuns talvez sejam encontrados.

Superdicas da semana:

  • As desavenças devem ser contornadas com o poder da comunicação
  • Pedir desculpas pode ser um ato inteligência e de grandeza
  • Ninguém precisa concordar sempre com o outro, mas deve respeitar suas ideias
  • Nem sempre as diferenças são tão grandes como se imagina. Uma boa palavra poderá estreitar a distância

Livros de minha autoria que ajudam a refletir sobre esse tema: "29 Minutos para Falar Bem em Público", publicado pela Editora Sextante; “Vença o medo de falar em público”, “Oratória para advogados”, "Assim é que se Fala", "Conquistar e Influenciar para se Dar Bem com as Pessoas", “Superdicas para falar bem”, “Superdicas para escrever uma redação nota 1.000 no ENEM”, “As melhores decisões não seguem a maioria” e "Como Falar Corretamente e sem Inibições", publicados pela Editora Saraiva; e “Oratória para líderes religiosos”, publicado pela Editora Planeta.

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