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Ação da Cyrela caiu 44% em 2021, mas está subindo neste ano; vale investir?
Esta é parte da newsletter A Companhia, que analisa se é o momento ou não de comprar ações da Cyrela e traz os pontos positivos e negativos da empresa. Na newsletter completa, apenas para assinantes, veja perspectivas da empresa, para qual perfil de investidor é indicada, se ela está barata e quais os valores de compra e venda recomendados. Quer receber a edição completa no seu email na semana que vem? Clique aqui.
Nesta semana, o destaque na newsletter A Companhia é a construtora e incorporadora Cyrela, escolhida pelo time de Research do PagBank.
A corretora lembra que o setor de construção civil foi duramente afetado pela pandemia de Covid-19, que elevou os custos e prejudicou as margens de lucro das empresas do segmento —ao mesmo tempo em que a alta dos juros para conter a inflação encarecia os financiamentos e afastava a demanda.
Tal cenário fez com que as ações de companhias focadas na alta renda —como a Cyrela, por exemplo— caíssem aproximadamente 25% no primeiro semestre deste ano, afirma a instituição. O mesmo movimento foi visto nos papéis de grupos voltados para imóveis mais populares.
"Porém, o Banco Central sinalizou o fim do ciclo de alta da Selic [taxa básica de juros do país], a inflação deu sinais de arrefecimento, os resultados das construtoras começaram a se recuperar e essas companhias voltaram ao radar dos investidores", dizem os especialistas do PagBank.
Eles ressaltam que a prévia operacional da Cyrela relativa ao terceiro trimestre, divulgada em meados de outubro, mostrou "números sólidos e acima das expectativas". As vendas líquidas contratadas somaram R$ 2,3 bilhões, volume 67% maior em comparação com igual período de 2021.
A empresa informou também que o valor geral de vendas (VGV) de seus lançamentos totalizou R$ 2,9 bilhões no intervalo, com alta de 33%, também em base anual.
Após queda de 44% em 2021, as ações da Cyrela (CYRE3) acumulam ganho de 16,4% neste ano, até 27 de outubro, segundo informações do TradeMap, hub independente do mercado financeiro.
Saiba mais sobre a Cyrela
A companhia foi fundada em 1962, em São Paulo, e é uma das maiores construtoras e incorporadoras do país. Seu foco é no segmento de alta e média renda, porém tem presença em outras faixas de clientes, por meio das marcas Living e Vivaz.
O grupo atua em todas as etapas do setor imobiliário, de forma independente ou via parcerias. Seu modelo de negócio é integrado e verticalizado, abrangendo as atividades de incorporação, construção, vendas e serviços.
A Cyrela realizou 14 lançamentos entre julho e setembro deste ano, dois a mais no comparativo com igual período de 2021. A empresa possui mais de 200 mil clientes, conforme dados de dezembro passado.
Por que as ações da Cyrela são uma oportunidade para investir?
A equipe de análise do PagBank destaca que o comportamento da taxa básica de juros é um dos principais pontos da tese de investimento em Cyrela, uma vez que seu foco está na alta renda. Tal público, apesar de não ser tão sensível a mudanças de preço, acaba sendo afetado pela variação no custo dos empréstimos.
"Mesmo com a taxa de juros ainda alta, a sinalização do fim do aperto monetário trouxe mais estabilidade ao mercado e aos financiamentos, devolvendo o apetite aos interessados em comprar novos imóveis, o que vai se refletir em maiores receitas para as empresas."
A corretora diz ainda que outros dois pontos são de extrema importância para a companhia:
1. A perda de força da inflação, que deve permitir uma recuperação gradual da margem de lucro
2. Seu banco de terrenos, considerado robusto, por estar bem localizado e possuir forte potencial de geração de caixa para os próximos trimestres.
Pontos a favor
- Recuperação da margem de lucro com a queda da inflação;
- Perspectiva de fechar acordos comerciais (joint ventures) e adquirir participações societárias em empresas de diversos segmentos;
- Momento favorável do ciclo imobiliário;
- Banco de terrenos de alta qualidade e com forte potencial de geração de valor.
Pontos contra
- Negócio bastante dependente da economia do país;
- Margens de lucro podem ser pressionadas se houver nova alta nos preços dos insumos para a construção civil;
- Risco de execução dos empreendimentos.
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