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REPORTAGEM

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Petrobras e reajuste dos combustíveis: como investir em petrolíferas

Yolanda Fordelone

02/03/2021 04h00

Nos últimos dias, com certeza você ouviu falar sobre as mudanças envolvendo a troca do comando da Petrobras. Mas sabia que isso impacta seu bolso mesmo se não tiver ações da companhia? E mais: apesar de a Petrobras ser a única brasileira do segmento com ações na B3, é possível investir em outras companhias de petróleo.

Para você que perdeu este capítulo, vou relembrar. A Petrobras anunciou no dia 18 de fevereiro um novo reajuste no preço da gasolina e do diesel. Com isso, não só os caminhoneiros e donos de carros ficaram insatisfeitos, mas também o presidente Jair Bolsonaro. Foram muitas ameaças de mudanças até de fato vir a novidade: um novo presidente indicado, o general Joaquim Silva e Luna. Vale lembrar que nesta segunda-feira, 1º de março, houve anúncio de um novo reajuste.

O mercado não encarou bem o anúncio e passou a especular sobre uma alteração na política de reajuste dos combustíveis. A dúvida é se haverá uma ingerência política na gestão da empresa, a la período Dilma Rousseff.

Entre altas e baixas, as ações da Petrobras sofreram na última semana e para o pequeno investidor sobraram algumas dúvidas.

Devo vender a ação?

Como boa economista, a resposta é depende. A indicação é sempre escolher a empresa que entrará na carteira com base em uma tese, ou seja, pensando se busca dividendos, boa geração de caixa, entre outros resultados.

Se investe para o longo prazo e acha que nada mudou, a priori, com essa troca de gestão, a Petrobras pode seguir na carteira. Caso acredite que a empresa irá mudar seus reajustes e passará a ter prejuízo, é o momento de rever essa manutenção.

Como a troca de comando afeta meu bolso?

Engana-se quem acha que apenas acionistas são afetados. Além da Petrobras, ações do Banco do Brasil e elétricas caíram em alguns pregões, pois há o receio de que a interferência também chegue a outros conselhos de empresas.

Com isso, o dólar subiu. O real já é uma das moedas mais desvalorizadas frente ao dólar no mundo. Na última semana, o dólar beirou os R$ 5,60 e moeda estrangeira forte é sinônimo de alta de preços.

O dólar afeta desde commodities como a soja (e o conhecido óleo de soja da dona de casa) até as máquinas compradas na indústria. Se ele se mantiver elevado, a tendência é que haja mais pressão nos preços, inclusive dos combustíveis.

O mercado já esperava uma alta da taxa básica de juros, a Selic, até 3,5% neste ano. Se o cenário ficar conturbado, é possível que o início da alta seja antecipado ou mesmo que a alta seja maior que isso.

Por fim, tomar empréstimos no exterior também ficou mais caro nos últimos dias porque o risco-país (prêmio que se paga pelo risco interno) subiu. Assim, empresas pegarão dinheiro pagando mais juros ou até diminuirão o apetite ao crédito, o que pode afetar a geração de empregos.

É possível investir em outras petrolíferas?

Além da Petrobras, há outras companhias petrolíferas no Brasil. Todas são estrangeiras e por isso são negociadas como BDRs (Brazilian Depositary Receipts). Há desde americanas como a ExxonMobil, passando pela britânica BP até chinesas como a PetroChina, a maior empresa do segmento no mundo.

O vídeo acima explica como investir em BDRs, o valor de cada uma e os riscos. Você possui Petrobras na carteira de ações? Pensa em ter alguma empresa do setor? Responda abaixo ou, se preferir, pelo Instagram ou YouTube do Econoweek.