Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
13º salário: quanto rende investir no Tesouro Direto?
Yolanda Fordelone
Já parou para pensar que o fim do ano é a época em que mais gastamos, mas também a que mais ganhamos dinheiro? Se por um lado há a Black Friday, os gastos de Natal e a preparação para os impostos de janeiro, por outro recebemos o 13º salário, algumas pessoas o 14º, bonificações e prêmios.
Se você não tem dívidas, em geral o melhor destino para o dinheiro é guardar e investir. Para incentivar você, a coluna conta hoje quanto sacaria se investisse o 13º no Tesouro Direto.
Infelizmente, não tenho mais 13º salário por hoje empreender no Econoweek. Para o cálculo, então, vou considerar o valor de R$ 5 mil. Independentemente do valor, a ideia é entender como ele evolui ao ser investido.
Ao que parece, a pandemia fez muita gente começar a pensar em ter uma reserva de emergência. Em 2020, segundo uma pesquisa da Boa Vista, 25% das pessoas disseram que iam investir o dinheiro extra. Em 2019, o número era menor: 22% dos entrevistados.
Seja pela alta de preços ou pela incerteza no futuro, a tendência é que mais gente em 2021 opte por guardar dinheiro se assim conseguir.
O 13º salário é pago em duas parcelas. No fim de novembro, cai a primeira delas, sem desconto de impostos e taxas, e em dezembro sai a segunda.
Tesouro Selic
O Tesouro Selic é um título pós-fixado que acompanha a taxa básica de juros, a Selic, que na semana passada sofreu a sexta alta seguida. Se a taxa aumenta, a rentabilidade desse título acompanha e sobe junto. Se cai, a rentabilidade diminui. Importante ressaltar que o retorno não fica negativo, mas diminui.
É um investimento adequado para formar a reserva de emergência, aquele dinheiro que pode ser usado em caso de imprevistos. Você pode sacar a qualquer hora e, como o dinheiro é corrigido todo dia um pouco, o risco de resgatar o investimento com prejuízo é muito baixo.
No Tesouro Selic com vencimento em 2027, ao investir R$ 5 mil, em março de 2027 seria possível resgatar R$ 6.843, já livre de Imposto de Renda e taxas. Para o cálculo foi utilizado o Simulador do Tesouro Direto, conforme você pode verificar no vídeo acima.
Tesouro prefixado
Se você é daquelas pessoas que gosta de saber exatamente o juro do investimento, a opção é ir para o Tesouro Prefixado. Nele, o juro é fixo, independentemente de a Selic estar em alta ou em baixa.
É interessante investir justamente quando você acredita que o juro oferecido está em um patamar elevado ou ainda quando tem um plano para o dinheiro que casa exatamente com a data do vencimento do título. Se você quer trocar de carro daqui três anos, um prefixado que vença nesse período, por exemplo, pode atender à sua necessidade.
Ao investir R$ 5 mil no Tesouro Prefixado 2026, em janeiro daquele ano poderá resgatar R$ 7.436.
Tesouro IPCA
Por fim, se a sua preocupação é a alta de preços, a chamada inflação, também há investimento voltado a isso. O Tesouro IPCA paga um juro fixo mais correção da inflação pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Os prazos oferecidos podem ser bem longos (o mais distante vence em 2055) e é interessante ficar no investimento até o vencimento. Caso contrário, pode ter de vender o título público em um momento não tão bom do mercado e assumir prejuízo.
Ao investir R$ 5 mil no Tesouro IPCA 2026, que pagava IPCA mais juro de 5,37% ao ano na data em que eu escrevo esta coluna, em agosto de 2026 o valor seria R$ 7.098. Se puder investir por um prazo maior, no Tesouro IPCA, o retorno é de IPCA mais 5,42% ao ano, e isso faz com que em maio de 2035 o resgate seja de R$ 13.473.
O vídeo acima mostra cálculos no simulador do Tesouro Direto, mas com resultados ligeiramente diferentes. Como você deve imaginar, a rentabilidade oferecida nos títulos muda todos os dias. Então, sempre vale a pena refazer a conta na hora em que for investir. Independentemente do valor obtido, o vídeo pode ser um guia de como usar o simulador.
Você vai guardar dinheiro neste fim de ano? Comente abaixo ou nas redes sociais do Econoweek (Instagram ou YouTube).
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