7 passos para usar o 13º salário como início de seus investimentos
Resumo da notícia
- Primeira parcela do 13º salário entra na conta de milhões de brasileiros até o próximo dia 30 de novembro
- Especialistas dão dicas de como começar uma carteira de investimentos com esse dinheiro extra
- Crise da pandemia mostrou importância da reserva de emergência, dizem profissionais de mercado
Milhões de brasileiros começam a receber até o próximo dia 30 de novembro o 13º salário. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), esse pagamento deve beneficiar 80 milhões de trabalhadores e injetar R$ 215 bilhões na economia.
Consultores e planejadores financeiros dizem que o 13º é uma oportunidade para começar uma carteira de investimento. Veja abaixo sete passos para fazer isso, segundo especialistas certificados.
Primeiro passo: a reserva de emergência
Quem não tem nada guardado deve primeiro criar uma reserva de emergência. Deve ser um dinheiro de fácil resgate e sem risco de perdas. O maior objetivo aqui é ter uma ajuda em momentos de crise, e não ter o maior rendimento. Isso evita que você tenha que resgatar algum investimento mais importante num momento de baixo desempenho, porque aí haveria perdas (por exemplo: precisar de dinheiro e ter de vender ações que estão em baixa).
Por isso, em reserva de emergência, nada de produtos de renda variável, como Bolsa, dólar ou fundo imobiliário.
Dinheiro da reserva tem que estar aplicado em produtos de renda fixa, como poupança, Tesouro Selic, fundos DI com taxa zero de administração ou CDBs de liquidez diária, dizem consultores financeiros.
A primeira coisa que a pessoa precisa ter ao começar uma reserva de emergência são aplicações em produtos seguros e de fácil resgate.
Lucas Taxweiler, analista de investimentos da Magnetis
Segundo passo: manter a disciplina
Poupar o 13º salário é apenas o primeiro passo. É preciso separar algo todos os meses, por menor que seja o valor, para alimentar a reserva de emergência.
Uma boa reserva precisa ter o suficiente para cobrir pelo menos seis meses de despesas. Se uma família gasta R$ 2.000 por mês, a reserva precisa ter R$ 12 mil.
O 13º vem como uma renda extra em relação ao que a pessoa já tem no dia a dia. Por isso, ao menos uma parte deve ser usada para começar a construir uma reserva que possa cobrir eventual necessidade que fuja ao gasto mensal, evitando, que a pessoa caia num empréstimo com juros altos, o que acaba gerando mais despesas.
Cintia Senna, diretora da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros)
Terceiro passo: diversificar investimento
Para quem já tem a reserva financeira, o passo seguinte é começar a diversificar.
Os ativos da reserva de emergência rendem muito pouco —menos que a inflação. Então aqui começa a busca por produtos que entreguem um rendimento maior, mesmo que com um risco mais alto.
Essa etapa vai exigir mais do aplicador, que terá que ser mais cuidadoso e seletivo. Nada de simplesmente seguir a moda do momento ou a dica de um influenciador digital famoso, mas não certificado.
"É importante conhecer o tipo de investidor que você é, para depois pesquisar os produtos que se encaixam nesse perfil", afirma Rogério Nakata, planejador financeiro da Planejar (faça um teste de perfil grátis agora).
Quarto passo: definir objetivos
Antes de colocar o dinheiro extra do 13º salário nesse ou naquele produto, pergunte-se: o que quero com esse dinheiro? Qual o objetivo da aplicação?
Segundo exemplifica Nakata, da Planejar, se a pessoa quer poupar para comprar um carro em seis meses, não pode colocar dinheiro em Bolsa, porque ela pode ter um rendimento negativo nesse curto período e apresentar perdas justamente na hora do resgate.
Se o objetivo for montar a aposentadoria para daqui a dez anos, então vale a pena procurar ações e outras aplicações de renda variável.
Quinto passo: conhecer os produtos
Consultores financeiros dizem que investidores novatos devem entender o funcionamento dos produtos antes de colocar dinheiro neles. Se a pessoa não consegue entender como funciona um fundo ou um título de uma empresa, é melhor nem se arriscar.
Quem não gasta algum tempo lendo sobre os produtos pode acabar investindo em ativos que estão na moda, mas que não apresentam nenhuma relação com o seu objetivo.
O mercado é formado por um amplo leque de produtos, dos mais simples —aqueles que estão na reserva de emergência— aos mais sofisticados.
"Antes de colocar qualquer centavo em um ativo de investimento, a pessoa deve conhecer e entender o produto para não ser negativamente surpreendida. Dessa forma, mesmo em caso de perda, ela estará preparada", diz Taxweiler, da Magnetis.
O investidor pode começar pesquisando sobre títulos do Tesouro Direto que sejam prefixados ou atrelados ao IPCA, de mais longo prazo. Depois, pode estudar sobre fundos multimercados de baixa volatilidade, indo em seguida para ativos de renda fixa privados (como fundos de debêntures), para então conhecer fundos imobiliários e fundos de ações. A próxima etapa é avaliar diretamente ações de empresas grandes, até chegar a ativos de outros países, como BDRs ou ETFs.
Sexto passo: conhecer o profissional
Se o investimento está sendo feito com ajuda de um profissional ou de uma instituição financeira, o aplicador deve checar esses perfis. O profissional é certificado e autorizado a trabalhar pelas entidades competentes? A instituição financeira está regularizada e sem pendências?
Veja aqui onde esses dados podem ser checados.
Confiar o dinheiro a alguém baseando-se em critérios como fama, aparência ou número de seguidores em rede social não é seguro.
Sétimo passo: segurar a ansiedade
Quem acredita que poderá transformar o 13º salário em um investimento milionário em questão de meses precisa rever os conceitos. A construção de um patrimônio é uma tarefa que leva anos e exige disciplina e estudo, dizem planejadores financeiros.
Sim, vai dar trabalho. Por isso mesmo, é uma jornada que precisa ser iniciada, destacam esses profissionais.
É importante entender que não dá para ganhar dinheiro fácil sem correr riscos. Quanto maior o potencial de ganho, maior o risco assumido. É importante ter a disciplina de ir poupando mensalmente, montando uma carteira de investimento que vá formando o patrimônio ao longo do tempo, visando o médio e longo prazos.
Walter Poladian, sócio-fundador da plataforma de investimentos Fliper
Investimento é uma maratona, é verdade, mas ninguém completa 42.192 metros sem dar o primeiro passo. E o 13º salário pode ser esse primeiro passo.
Este material não é um relatório de análise, recomendação de investimento ou oferta de valor mobiliário. Este conteúdo é de responsabilidade do corpo jornalístico do UOL Economia, que possui liberdade editorial. Quaisquer opiniões de especialistas credenciados eventualmente utilizadas como amparo à matéria refletem exclusivamente as opiniões pessoais desses especialistas e foram elaboradas de forma independente do Universo Online S.A.. Este material tem objetivo informativo e não tem a finalidade de assegurar a existência de garantia de resultados futuros ou a isenção de riscos. Os produtos de investimentos mencionados podem não ser adequados para todos os perfis de investidores, sendo importante o preenchimento do questionário de suitability para identificação de produtos adequados ao seu perfil, bem como a consulta de especialistas de confiança antes de qualquer investimento. Rentabilidade passada não representa garantia de rentabilidade futura e não está isenta de tributação. A rentabilidade de produtos financeiros pode apresentar variações e seu preço pode aumentar ou diminuir, a depender de condições de mercado, podendo resultar em perdas. O Universo Online S.A. se exime de toda e qualquer responsabilidade por eventuais prejuízos que venham a decorrer da utilização deste material.
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