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OPINIÃO

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Regra dos 100: saiba quanto você deveria investir em renda fixa e em ações

Yolanda Fordelone

15/03/2022 04h00

Hoje em dia são tantas alternativas de investimento na renda fixa que se torna cada vez mais comum ficar em dúvida sobre quanto aplicar em cada opção. O mínimo para investir no Tesouro Direto é R$ 30, mas se você tivesse disponível R$ 200, quanto deveria alocar em títulos públicos e quanto em CDBs (Certificados de Depósito Bancário)?

Há uma regrinha bem simples que ajuda nessa divisão: a "regra dos 100". De acordo com a sua idade, uma conta mostra quanto deveria aplicar para investimentos conservadores e de risco.

No vídeo a seguir, além de explicar a "regra dos 100", fazemos a conta com a nossa idade e verificamos se estamos de acordo com o resultado.

Por que diversificar investimentos?

A diversificação entre investimentos conservadores e de risco é interessante por pelo menos dois motivos. E quando falo em risco não estou só falando de ações.

Você poderia investir em Tesouro Direto, o investimento mais seguro do Brasil, mas também em CDBs, levemente mais arriscados. Poderia selecionar investimentos de um ano, tipicamente arriscados, mas ter um pouco em títulos longos, que vencem em cinco ou dez anos.

O primeiro motivo para diversificar é a diminuição do risco. Você já deve ter ouvido falar sobre o Tesouro Selic, um investimento do Tesouro Direto em que é possível sacar o dinheiro a qualquer momento correndo risco quase zero de ter qualquer perda.

Ao mesmo tempo, no Tesouro Prefixado e de Inflação é indicado permanecer até o vencimento. Se sacar o dinheiro antes, dependendo do momento de mercado, pode ter prejuízo.

Ter diferentes investimentos diminui o risco da carteira. Em certos anos, a parte prefixada dos investimentos pode dar prejuízo. Por isso, seria interessante ter um pouquinho de pós-fixado. Mas há períodos em que a tendência se inverte: é melhor ter prefixado do que pós. Ninguém tem como saber quando um ou outro vai valer mais a pena. Por isso, é importante diversificar.

O segundo motivo é que você potencializa os ganhos com a diversificação. Em certo ano, o juro da economia vai subir e os pós-fixados vão se dar bem. Em outros, o juro pode cair e o melhor seria estar num prefixado. Tem ainda os anos em que os preços explodem. Nesse caso, a renda fixa de inflação fica interessante. Ninguém advinha o melhor momento de cada um. Ao diversificar, você aumenta a chance de garantir um ganho em uma aplicação ou outra.

Diversificação e pulverização

Engana-se quem pensa que diversificar é investir em tudo o que há no mercado. Diversificar é diferente de pulverizar.

Se você aplicar em muitas opções, pode acabar investindo em algo que não domina tão bem. Ou pior: investindo em algo que não atende ao seu objetivo ou que não se enquadra no seu perfil de investidor.

Além disso, pode selecionar opções muito parecidas. É como se você fosse à feira e comprasse banana-nanica, banana-prata e banana-ouro. Há leves diferenças entre as frutas, mas no fim são todas bananas.

No mundo de investimentos, se pegar dois CDBs de bancos diferentes pode acreditar que está diversificando. Se ambos tiverem o mesmo risco e pagarem um juro prefixado, no fim serão investimentos muito parecidos.

Regra dos 100

100 - (idade atual do investidor) = percentual de risco

A "regra dos 100" diz o seguinte: o investidor deve subtrair sua idade de 100 para descobrir o percentual de risco. Se a pessoa estiver com 30 anos, por exemplo, ficaria 100 menos 30, o que dá 70%.

A cada R$ 100 aplicados, R$ 70 poderiam ir para algo de risco, como um título público mais longo, ações, debêntures (títulos privados que não têm cobertura do Fundo Garantidor de Crédito), entre outras opções.

E os outros 30%? O restante vai para o que tiver baixíssimo risco, como Tesouro Selic, um CDB de liquidez diária, uma conta digital etc.

Pela lógica da regra, se você é mais novo, aumenta o percentual em investimentos com risco maior —o que significa que há mais tempo para lidar com o sobe e desce do mercado. Se é mais velho, o percentual é menor —conforme o tempo passar, você deveria arriscar menos.

De acordo com a sua idade, quanto deveria estar em investimentos de risco? Comente aqui embaixo e mande suas dúvidas na coluna ou nas nossas redes sociais.