Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Tesouro Prefixado ou IPCA: entenda como escolher o melhor investimento
Com a alta de juros, os títulos vendidos no Tesouro Direto passaram a ter um maior retorno, mas qual a melhor opção: Tesouro Prefixado ou Tesouro IPCA? Para ajudar você na escolha, a coluna traz uma conta de como encontrar a inflação implícita do título.
Tipos de título
Antes de falar sobre a conta, vamos relembrar como funciona cada título. No Tesouro Prefixado, o juro é fixo. Isso significa que ele não muda, aconteça o que acontecer com a economia.
Atualmente, para investir nele é preciso ter cerca de R$ 30 e o juro está próximo a 12% ao ano.
Nos títulos que acompanham a inflação, chamados de Tesouro IPCA, o funcionamento é diferente. Neles, o rendimento é um combo. O retorno é formado por um juro fixo, que está um pouco acima de 5%, mais a variação do IPCA. Ou seja, tem uma parte fixa e nela o juro não muda, além de um pedaço do rendimento que acompanha a inflação.
Para investir no Tesouro IPCA, você também precisa de bem pouco (entre R$ 30 e R$ 40).
Como escolher
A escolha vai depender, antes de tudo, dos seus objetivos. Se quer sempre garantir um ganho acima da inflação, o Tesouro IPCA é mais indicado. Se prefere saber exatamente quanto vai ganhar, o prefixado é bem interessante.
Além disso, é preciso ficar atento aos prazos. Se vai precisar do dinheiro em 2025, por exemplo pode escolher um investimento no qual vá conseguir resgatar o dinheiro próximo a esta data. Não faz sentido pegar algo que vença em 2055 se você acha que vai usar o dinheiro antes disso.
Do ponto de vista de rentabilidade, é preciso descobrir o juro real de cada investimento, ou seja, o rendimento final que você vai ter depois de descontar a inflação.
Vamos supor que você investiu em algo que rende 5% ao ano, mas os preços subiram 6% em média. Isso significa que você não conseguiu ganhar da inflação e ficou mais ou menos 1% abaixo.
Agora, imagine o contrário. A inflação foi de 6%, mas você investiu em algo que rendia 12% ao ano. Seus investimentos renderam praticamente o dobro da inflação.
Para descontar a inflação, no entanto, não é feita uma conta de subtração. A fórmula é: um mais juro real é igual a um mais o juro nominal, dividido por um mais inflação. Para ficar mais claro, mostramos a conta no vídeo acima, assim como disponibilizamos uma planilha que faz a conta automaticamente.
É importante mesmo você saber é que o Tesouro IPCA mostra a rentabilidade de um juro fixo mais a inflação. Esse juro fixo é justamente o juro real. No caso do Tesouro IPCA 2026, por exemplo, o rendimento estava pagando 5,37% mais IPCA na data em que escrevo a coluna. Ou seja, rendia 5,37% acima da inflação.
No caso do prefixado, o juro que aparece no site do Tesouro é o nominal, ou seja, o rendimento sem considerar a inflação. O Tesouro Prefixado 2025 estava pagando 12,05%.
Ao realizar a conta considerando esses valores para juro nominal e real você chega a uma inflação de 6,34%. Essa é a inflação implícita no título prefixado.
Para tomar a decisão de investimento, pode refletir sobre a sua expectativa para a inflação. Se acredita que os preços vão subir mais que 6,34% em média, o Tesouro IPCA vale mais a pena, afinal vai acompanhar essa alta. Por outro lado, se acha que vai ficar abaixo, o prefixado seria mais interessante.
Novos títulos
A fórmula assusta um pouco, mas a lógica não é difícil de entender. Outra coisa que deu muito susto em investidores foi que alguns títulos do Tesouro Direto sumiram do site.
Todo ano o Tesouro Direto promove uma troca de opções de investimento. No vídeo abaixo contamos quais foram as substituições e quanto rendem os novos títulos do governo.
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