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Marcha da inflação reforça expectativa de corte dos juros no 2º semestre
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A inflação, medida pela variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), veio acima das projeções em abril, mas continua apresentando tendência de acomodação. O índice avançou 0,61% no mês, contra a média de 0,55% nas previsões, levando a variação no ano a subir 2,72%, e 4,18%, no acumulado 12 meses.
Preços monitorados explicam
Preços monitorados pelo governo foram responsáveis tanto pelas maiores pressões de alta quanto pelas de baixa. Reajustes anuais nos preços dos remédios e aumentos em planos de saúde responderam por um terço da elevação da inflação, no mês passado. Já os preços da gasolina e as tarifas de energia elétrica recuaram, em relação a março.
A média dos núcleos de inflação — medidas que excluem altas de preços sazonais ou extraordinárias — subiu de março para abril, passando de 0,36% para 0,51%, com elevação de 7,31%, em 12 meses. Também a dispersão, que relaciona o número de itens com altas de preços no mês, avançou, saindo de 59,95% em março para 66,05% em abril.
Perspectiva é de alívio
Esses indicadores de pressão sobre os preços, contudo, deverão apresentar alívio em maio e junho. Alguns elementos que podem ajudar na descompressão:
Perspectivas de redução em preços dos combustíveis;
Safra recorde de grãos e baixa nas cotações internacionais de commodities agrícolas tendem a altas em alimentos;
Preços no atacado, que geralmente antecipam variações no varejo, estão em forte baixa; e
Tendência de acomodação nas cotações do dólar ante o real.
Projeções apontam acomodação
Em maio e junho, as altas da inflação, segundo as projeções, continuarão abaixo das elevações registradas nos mesmos meses em 2022. Assim, caso as previsões se confirmem, a inflação em 12 meses continuará em queda.
Nas projeções de Fabio Romão, economista da LCA Consultores com larga experiência no acompanhamento de preços, a variação do IPCA em maio e junho ficará em torno de 0,5%. Com altas nesse nível, o acumulado em 12 meses recuaria para 4% no fim do primeiro semestre.
A partir de julho, embora os índices mensais projetados sejam inferiores a 0,5%, a variação em 12 meses deve subir porque, no terceiro trimestre de 2022, foi negativa. A inflação poderá chegar a 6,5% em setembro, mas terminaria 2023 mais perto de 6%.
Fica reforçada, diante desse cenário de uma inflação contida, embora acima da meta, a perspectiva do início de um ciclo de cortes na taxa básica de juros a partir do segundo semestre, possivelmente ainda no terceiro trimestre.
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