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Preço da gasolina cai, mas já deve voltar a subir na bomba em junho
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A complementação da volta dos tributos sobre os combustíveis, que haviam sido retirados no segundo semestre de 2022, numa manobra do governo Bolsonaro para conter a inflação, compensará a queda no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) que ocorreria com a redução dos preços nas bombas. A finalização da reoneração do ICMS está prevista para junho, e a do PIS/Cofins para julho.
Em razão das reonerações de tributos, os preços da gasolina recuarão em maio, mas já voltarão a subir em junho. No acumulado de 2023, a alta deverá ficar nas vizinhanças de 13,5%. Em 2022, o preço da gasolina recuou 25,8%,
Em maio, o corte anunciado nos preços dos combustíveis deve resultar numa redução da inflação de 0,47% para 0,41%. No acumulado em 12 meses, a variação do IPCA cairia de 4,18% para 4,12%. Em junho e julho, com as reonerações de tributos nos combustíveis, a inflação deverá ficar em 0,45% e 0,39%, respectivamente, registrando altas de 3,9% e 5%, no acumulado em 12 meses.
As projeções são do economista Fabio Romão, experiente especialista em acompanhamento de preços da LCA Consultores. Os cálculos consideram a hipótese de uma nova redução de 4% no preço da gasolina, nas bombas, em julho. Em audiência na Câmara, nesta quarta-feira (17), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou novo corte nos preços dos combustíveis em julho, para compensar a elevação tributária. Contudo, nesta quinta-feira (18), Haddad disse que o corte nos preços dos combustíveis, que ele tinha anunciado um dia antes, não era certo.
Preços do diesel e do gás caem mais
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, anunciou reduções de 12,6% nos preços da gasolina, de 12,8%, nos do diesel, e de 21,3%, no gás. Essas baixas referem-se aos preços para as refinarias. Nas bombas, as variações costumam chegar, em média, um pouco acima da metade dos cortes.
Veja projeções de Fabio Romão para os preços dos combustíveis em maio, junho e julho, nas bombas:
Gasolina - redução de 2% no preço; em maio, alta de 2,5%, em junho; e de 2,6%, em julho;
Diesel - queda de 4,4%, em maio; de 4,5%, em junho; e de 0,1%, em julho;
Gás - menos 2,5%, em maio; recuo de 6,2%, em junho; e de 1%, em julho.
Inflação de 2023 em torno de 6%
O corte nos preços dos combustíveis em maio reforça as previsões de que a inflação fechará 2023 em torno de 6%. O espaço aberto pela redução nos preços dos combustíveis neste mês será em parte ocupado por altas acima das originalmente previstas para o ano em alimentos e bens industriais.
Apesar da desinflação nos preços por atacado, alimentos, principalmente arroz e feijão, deverão sofrer com adversidades climáticas, elevando preços. As projeções anteriores de alta de apenas 1%, no item alimentos no domicílio, em 2023, já avançam para 2,5% e podem subir mais.
O peso dos combustíveis é alto no IPCA. No conjunto, o grupo responde por 6,02% do índice.
Gasolina, sozinha, entra com 5%;
Etanol chega a 0,68%;
Óleo diesel vai a 0,28%;
Gás de botijão pesa 1,34%, e o gás veicular, 0,07%.
O impacto indireto é maior. Os combustíveis afetam uma vasta lista de cadeias de produção e serviços, fazendo com que seus efeitos sobre a alta de preços se dissemine na atividade econômica.
É preciso considerar que, conforme a nova política de preços da Petrobras, pelo menos segundo os termos do comunicado oficial da companhia e as declarações de seu presidente, Jean Paul Prates, os preços também podem subir, especialmente se as cotações internacionais aumentarem e o dólar registrar altas ante o real.
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