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Lula quer montar dream team econômico com técnicos e políticos
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O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve anunciar nos próximos dias ou horas os nomes dos integrantes da sua equipe econômica. O xadrez exato é mantido há meses sob sigilo, mas a configuração já tem um desenho.
Diferentemente do que fez Bolsonaro, unindo várias pastas no superministério da Economia sob o comando de Paulo Guedes, Lula pretende recriar os ministérios de Fazenda, Planejamento e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Também quer criar uma pasta dedicada às micro e pequenas empresas (no governo Dilma, entre 2013 e 2015, a Secretaria da Micro e Pequena Empresa teve status de ministério).
A partir do desenho, o presidente tem dito a interlocutores que deve optar pelo perfil político no ministério da Fazenda e pelo perfil técnico no Planejamento. Para o MDIC e Micro e Pequenas Empresas a tendência é de nomes políticos, de dentro do PT ou de partidos aliados.
Em função da frente ampla criada por Lula durante a campanha, não faltam nomes possíveis para as pastas econômicas. Na semana passada, subiu na bolsa de apostas internas, nas conversas de bastidores e até em uma lista circulando por Brasília, o nome do governador da Bahia, Rui Costa, como o provável titular da Fazenda.
Costa tem experiência política e trânsito no Congresso para poder negociar as reformas que o novo governo pretende implementar: administrativa, tributária e alteração no teto de gastos para abrir espaço para o investimento no social.
O deputado federal reeleito Alexandre Padilha (SP) se mantém como cotado ao ministério da Fazenda e tem como ativo a boa atuação quando foi ministro das Relações Institucionais de Lula. Se não ocupar o primeiro escalão na Esplanada, Padilha terá papel fundamental na Câmara para fazer frente aos partidos do centro e negociar as reformas.
Ainda para a Fazenda, correm por fora os nomes dos ex-governadores Wellington Dias (PI) e Camilo Santana (CE).
Para o ministério do Planejamento, Lula deve nomear alguém com perfil técnico, e entre os mais cotados estão o ex-ministro e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, e o economista André Lara Resende.
O ministro do Planejamento terá o papel de formular as políticas econômicas sem ter o desgaste de ter que negociá-las, o que ficará a cargo do ministro da Fazenda.
Também caberá ao ministro do Planejamento melhorar a gestão do Orçamento público, que sob Bolsonaro ficou centralizado no Congresso.
Meirelles tem dito em entrevistas que apesar de não ter sido convidado, já foi sondado por emissários de Lula. O ex-ministro sinaliza que terá um papel fundamental na transição.
Ele estima que o rombo fiscal para o próximo ano é de cerca de R$ 400 bilhões, e não de cerca de R$ 150 bi como o atual governo vem falando.
André Lara Resende esteve próximo do núcleo petista durante toda a campanha e declarou apoio a Lula no final de setembro. Formulador do Plano Real, o economista tem ligações históricas com o PSDB, com Geraldo Alckmin, e foi presidente do BNDES no governo Fernando Henrique Cardoso.
Lara Resende é contrário ao teto de gastos e defende o Estado como indutor do trabalho, com portas de saída mais robustas aos programas de transferência de renda, aliando assistência à capacitação profissional.
Lula tem ainda à sua disposição outros nomes de peso que devem ocupar postos-chave na Esplanada, incluindo o comando do BNDES. Da ala política: Fernando Haddad, Jaques Wagner, Flávio Dino e o coordenador de programa Aloizio Mercadante.
Entre os de perfil técnico, nomes que tiveram peso durante a campanha, como dos economistas Gabriel Galípolo, Guilherme Mello, Pérsio Arida e Armínio Fraga (esse último tende a atuar como conselheiro, e não em uma cadeira efetiva).
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