BC anuncia leilões diários até dezembro para tentar conter alta do dólar
O Banco Central anunciou, nesta quinta-feira (22), que passará a fazer leilões de venda de dólares diariamente até o fim do ano, em uma tentativa de segurar a alta da moeda norte-americana. O programa começa a funcionar nesta sexta-feira (23), e deve se estender, pelo menos, até 31 de dezembro.
Nesse período, o BC pode injetar até US$ 60 bilhões no mercado. É a maior intervenção desse tipo desde o auge da crise internacional, em 2008.
Nesta semana, o dólar atingiu o maior valor desde dezembro de 2008, e fechou em R$ 2,451 na venda.
A alta do dólar tem causado preocupação em relação à inflação e ao endividamento das empresas brasileiras.
Até então, o BC fazia intervenções esporádicas no mercado, sempre que considerava necessário. De janeiro até agora, as intervenções do BC já somam US$ 40 bilhões.
O BC faz leilões de venda de dólares em uma tentativa de segurar a tendência de alta da moeda norte-americana. Com mais dólares sendo ofertados, o preço da moeda tende a cair.
Desde de outubro de 2008, o BC não adotava um programa de intervenção cambial tão grande. Na ocasião, auge da crise internacional, fez um programa de injeção de US$ 50 bilhões no mercado.
Leilões em dias programados
De segunda a quinta-feira, o BC fará leilões de swap --equivalentes à venda de dólares no mercado futuro. Serão ofertados US$ 500 milhões por dia.
Já às sextas-feiras serão realizados leilões de linha --venda de dólar no mercado à vista com compromisso de recompra-- de até US$ 1 bilhão.
Outros leilões podem ser feitos se o BC considerar necessário, informou a autoridade monetária.
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Medida não afeta reservas internacionais, diz BC
O BC destaca que, como são leilões de swap cambial e leilões de linha com compromisso de recompra, não haverá alteração nas reservas internacionais, que vão se manter estáveis. Só há "perda" de reserva se a autoridade monetária fizer leilões no mercado à vista, o que não acontece desde início de 2009.
Ontem, as reservas internacionais somavam US$ 373,559 bilhões, pelo conceito liquidez internacional.
Medida é bem recebida pelo mercado financeiro
A medida foi bem recebida por economistas do mercado financeiro, que afirmam que o programa reduzirá a instabilidade no mercado, mas dizem acreditar que a tendência do dólar é de alta em relação ao real.
Para o economista-chefe do INVX Global, Eduardo Velho, a medida mostra que o BC não quer utilizar a política monetária, elevando a taxa básica de juros, para conter a valorização do dólar no Brasil.
"O BC sinaliza com essa ação que ele não vai dar um choque monetário. Ele vai usar a política cambial para cobrir essa demanda", disse Velho.
Dólar cai a R$ 2,432 com ação do BC, após bater recorde em quase 5 anos
O dólar comercial fechou em queda nesta quinta-feira (22), depois de ter atingido, na véspera, o maior patamar em quase cinco anos. A moeda norte-americana fechou com desvalorização de 0,78%, valendo R$ 2,432 na venda, em mais um dia marcado por muito vaivém e forte atuação do BC.
Por volta das 10h30, o BC fez um leilão equivalente à venda de dólares no mercado futuro. Foram vendidos todos os 20 mil contratos da oferta.
Às 11h30, o BC fez um leilão de venda de dólares no mercado à vista, com compromisso de recompra, com US$ 4 bilhões ofertados em dois lotes. O primeiro lote não foi vendido.
O BC não informou qual era o montante de cada lote; sobre o segundo, o BC não divulgou quanto a operação movimentou.
Após o fechamento dos negócios, a autoridade monetária anunciou que ofertará na sexta-feira até US$ 1 bilhão compromisso de recompra. O leilão ocorrerá entre as 11h15 e as 11h20 e terá como data de recompra 2 de janeiro de 2014.
O real tem sofrido o impacto dos sinais de mudança da política monetária dos Estados Unidos e também com certa desconfiança em relação à economia brasileira.
(Com Reuters e Valor)
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