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Ação da Petrobras despenca 5,8% e puxa Bolsa; papel caiu 35% desde novembro

Do UOL, em São Paulo

03/02/2014 18h05

As ações da Petrobras registraram queda acentuada nesta segunda-feira (3). As ações preferenciais da estatal (PETR4), que dão prioridade na distribuição de dividendos, fecharam em baixa de 5,78%, a R$ 13,85.

Essas ações foram as mais negociadas e registram a segunda maior queda da Bolsa. Isso influenciou o resultado do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, que fechou com perdas de 3,13%.

Em 18 de novembro, a ação atingiu um pico de R$ 21,44, em meio a rumores sobre a alta da gasolina. Desde essa data, as perdas chegam a 35,40%. 

Somente no mês de janeiro, o papel preferencial da Petrobras (PETR4) recuou 13,9% na Bovespa.

Já as ações ordinárias da Petrobras (PETR3), que dão direito a voto, caíram no dia 4,87%, a R$ 13,10.

"O dinheiro de estrangeiros está saindo da Bolsa; até o dia 30 (de janeiro) saiu quase R$ 1 bilhão. Nessa hora de mercados emergentes pressionados, papéis com maior liquidez como Petrobras e Vale acabam sentindo mais, pois é a forma de sair mais rápido (da Bolsa)", disse o sócio da Órama Investimentos Álvaro Bandeira à agência de notícias Reuters. 

Petrobras vale na Bolsa apenas 53,9% do seu patrimônio e retoma níveis de 1999

A Petrobras vale atualmente 53,9% do seu patrimônio líquido, o menor patamar desde 29 janeiro de 1999 (50,2%), segundo levantamento da consultoria Economática.

Isso porque o valor da empresa na Bolsa é de R$ 183,8 bilhões, conforme dados verificados na última quinta-feira (31), contra patrimônio líquido de R$ 341,3 bilhões. 

Petrobras não decidiu sobre aumento de preços

Em meados de janeiro, a Petrobras afirmou que não tinha uma decisão sobre aumento nos preços dos combustíveis. O último reajuste aconteceu em novembro do ano passado, e foi de 4% para a gasolina e 8% para o diesel.

A empresa decidiu não divulgar como será a política de reajustes, que causou atritos entre a presidente Dilma Rousseff e a presidente da companhia, Graça Foster.

O Conselho da estatal aprovou a implementação de uma política de preços, mas "por razões comerciais, os parâmetros da metodologia de precificação serão estritamente internos à companhia", segundo nota distribuída pela empresa.

De acordo com a empresa, essa metodologia de reajuste "pretende assegurar que os indicadores de endividamento e alavancagem da Petrobras retornem aos limites estabelecidos no plano de negócios 2013-2017 em até 24 meses, considerando o crescimento da produção de petróleo e a aplicação da política de preços de combustíveis".

Aumento no preço de combustíveis é dilema para emergentes, diz 'FT'

O jornal britânico Financial Times avaliou em um artigo neste domingo (2) que os países emergentes enfrentam um dilema em relação ao preço dos combustíveis.

Apesar de o preço do petróleo Brent estar relativamente baixo em dólares, segundo o jornal, nas moedas locais dos "cinco frágeis" os preços bateram recordes no final do ano passado e neste ano.

Os "cinco frágeis" são uma nova denominação adotada pela mídia internacional para se referir à África do Sul, Turquia, Índia, Indonésia e Brasil. Segundo especialistas, são os países que correm os maiores riscos com a diminuição dos estímulos econômicos nos Estados Unidos.

Com maiores custos de importação, estes países, em especial, agora têm de enfrentar uma decisão, segundo o 'FT': ou deixam os preços dos combustíveis subirem, correndo o risco de aumentar a inflação e desencorajar o consumo; ou absorvem a alta dos preços por meio de subsídios, prejudicando o caixa do governo.

(Com Reuters)