Dólar tem 3ª alta seguida e fecha a R$ 2,465, com eleições e exterior

O dólar comercial teve a terceira alta seguida nesta quinta-feira (16) e fechou com valorização de 0,28%, cotado a R$ 2,465 na venda. Na véspera, o dólar já tinha avançado 2,38%. 

Apenas nas últimas três sessões, a moeda acumula alta de 3%. 

Os investidores continuaram de olho no contexto político brasileiro. 

Cenário eleitoral

Divulgadas na noite desta quarta-feira (15), pesquisas Datafolha e Ibope mostram que o candidato Aécio Neves (PSDB) e a presidente Dilma Rousseff (PT) continuam tecnicamente empatados na corrida presidencial.

O tucano aparece numericamente à frente nos dois levantamentos, mas o empate acontece por causa da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo em ambos.

Nas duas pesquisas, o senador mineiro obteve 51% dos votos válidos, e Dilma, 49%, percentuais idênticos aos das pesquisas anteriores, divulgadas na última quinta-feira (9).

"O mercado estava fazendo apostas grandes demais numa vitória do Aécio. As pesquisas mostram que não vai ser tão fácil assim", disse o superintendente de câmbio da corretora Advanced, Reginaldo Siaca, à agência de notícias Reuters.

Também azedou o humor do mercado o fato de ter subido a rejeição sobre o tucano, preferido dos mercados financeiros por prometer uma política econômica mais ortodoxa, ainda de acordo com operadores ouvidos pela Reuters.

Também influenciaram as declarações do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga --já anunciado como ministro da Fazenda caso Aécio vença as eleições. Ele disse à Reuters, na véspera, que em um eventual governo tucano o atual programa de intervenções no mercado de câmbio será encerrado imediatamente. 

Intervenções no mercado de câmbio

As atuações do BC no mercado de câmbio também influenciaram o resultado desta sessão.

O BC manteve seu programa de intervenções diárias, com as novas regras anunciadas em junho, vendendo os 4.000 novos contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares) ofertados. Deles, 3.200 têm vencimento em 1º de junho de 2015 e os outros 800 são para 1º de setembro do próximo ano.

O BC também realizou mais um leilão para rolar os contratos de swap que vencem em 3 de novembro. Foram vendidos 8.000 swaps: 4.400 contratos para 3 de agosto de 2015 e os outros 3.600 para 1º de outubro do próximo ano.

A operação movimentou o equivalente a US$ 393,9 milhões. Ao todo, o BC já rolou o equivalente a US$ 4,721 bilhões, ou cerca de 53% do lote total do mês que vem, que corresponde a US$ 8,84 bilhões.

Cenário internacional 

A pressão sobre o dólar também veio das persistentes preocupações com o crescimento global, que sustentou a alta do dólar em relação a várias moedas importantes.

Pela manhã, foram divulgados alguns dados positivos sobre os EUA --como o menor número de pedidos de auxílio-desemprego na semana passada-- que trouxeram algum alívio, mas não suficiente para reverter o movimento de alta da moeda norte-americana.

(Com Reuters)

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