Dólar tem 3ª alta, a R$ 3,201; corretora fala em perda de mandato de Dilma
O dólar comercial teve a terceira alta seguida nesta segunda-feira (20), subindo 0,21%, a R$ 3,201 na venda. Com isso, acumula alta de 2,06%. O operador de uma corretora de câmbio escreveu, em documento para clientes sobre análise do momento, que há preocupação sobre eventual perda do mandato da presidente Dilma Rousseff.
A moeda norte-americana tinha acumulado alta de 1,03% na semana passada.
Na sexta-feira (17), o dólar tinha subido mais de 1%, quando o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), rompeu com o governo.
"Com poder suficiente para barrar e dificultar a aprovação das medidas de interesse do governo na casa, Cunha é figura central de uma batalha que poderá custar à presidente Dilma Rousseff a perda do mandato", escreveu o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva em nota a clientes, segundo a agência de notícias Reuters.
Investidores temem que a credibilidade do país seja afetada, o que poderia afastar investimentos.
No fim de semana, o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros (PMDB-AL), elogiou Cunha e classificou o ajuste fiscal proposto pelo Executivo como "tacanho" e "insuficiente", em vídeo divulgado pela TV Senado.
Contexto internacional
Nos mercados externos, o dólar avança. A moeda norte-americana tem subido consistentemente nas últimas semanas, diante de expectativas de que os juros devem subir ainda neste ano nos Estados Unidos. Juros mais altos poderiam atrair para lá recursos atualmente aplicados em países como o Brasil.
"Daqui para frente, a tendência é que o dólar suba em todo o mundo. A dúvida é o ritmo, se isso vai acontecer de pouco em pouco ou de uma vez", disse o operador de uma corretora nacional à agência de notícias Reuters.
Atuação do Banco Central
Nesta manhã, o Banco Central brasileiro vendeu a oferta total no leilão de rolagem de contratos de swap cambial tradicional (equivalentes à venda futura de dólares).
Com isso, repôs ao todo o equivalente a US$ 3,924 bilhões, ou cerca de 37% do lote de agosto, que corresponde a US$ 10,675 bilhões.
Os leilões de rolagem servem para adiar os vencimentos de contratos que foram vendidos no passado.
(Com Reuters)
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