Ação da Petrobras salta 48% em 5 dias, e Bolsa tem melhor semana desde 2008
A Bovespa disparou mais de 4% nesta sexta-feira (4), registrando a quinta alta seguida. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta de 4,01%, a 49.084,87 pontos, no maior nível desde 9 de outubro do ano passado (49.338,41 pontos).
A alta da Bolsa chegou a 6% pela manhã, em meio às notícias de que a Polícia Federal fez operação na casa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo analistas, o mercado se anima com notícias ruins para o PT porque quer um novo governo.
O avanço da Bovespa hoje foi puxado, principalmente, pelas ações da Petrobras --que dispararam quase 10%-- e as da Vale --que saltaram quase 7%.
Na véspera, a Bolsa já havia disparado 5,12%, na maior alta percentual diária desde 29 de outubro de 2009.
Com isso, a Bovespa teve um ganho semanal de 18,01% --o maior salto desde a semana encerrada em 31 de outubro de 2008 (18,34%). No mês, a Bovespa acumula alta de 14,7% e no ano, de 13,23%.
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Petrobras dispara 48% na semana
As ações preferenciais da Petrobras (PETR4), com prioridade na distribuição de dividendos, avançaram 9,89%, a R$ 7,22. As ações ordinárias (PETR3), com direito a voto em assembleia, ganharam 9,55%, a R$ 9,98. Nesta sessão, as ações foram influenciadas tanto pelo cenário político brasileiro como pela alta do petróleo no mercado global
Na véspera, os papéis preferenciais haviam subido mais de 16% e os ordinários, mais de 12%.
Os ADRs (recibos que representam ações de uma empresa estrangeira na Bolsa de Nova York) da Petrobras também fecharam em forte alta na Bolsa dos EUA. O preferencial saltou 12,94% e o ordinário, 11,68%.
Apenas nesta semana, os papéis preferenciais da estatal acumularam alta de 48,25% (começaram a R$ 4,87 e fecharam a R$ 7,22). Os papéis ordinários ganharam 44,85% (de R$ 6,89 a R$ 9,98).
Vale salta mais de 50% na semana
Os papéis preferenciais da Vale (VALE5) ganharam 6,93%, a R$ 11,72, e os ordinários (VALE3) saltaram 5,95%, a R$ 16,55, A Vale seguiu o otimismo da Bolsa e também foi influenciada pela alta dos preços do minério de ferro no mercado internacional.
Ontem, as ações ordinárias já haviam subido 9,85% e as preferenciais, 9,71%.
Na semana, os papéis ordinários da mineradora acumularam alta de 50,45% (de R$ 11 para R$ 16,55). Os papéis preferenciais ganharam 45,05% (de R$ 8,08 para R$ 11,72).
Bancos avançam
Também influenciaram a alta da Bolsa hoje as ações dos bancos, que, assim como a Vale e a Petrobras, têm grande peso sobre o Ibovespa,
O Banco do Brasil (BBAS3) avançou 9,87%, a R$ 18,25. As ações do Itaú Unibanco (ITUB4) subiram 4,88%, a R$ 31,35. Os papéis do Bradesco (BBDC4) tiveram ganhos de 10,33%, a R$ 26,92.
JBS despenca
No sentido oposto, as ações da JBS (JBSS3), dona das marcas Friboi e Seara, despencaram 13,44%, a R$ 10,88.
Dólar fecha a R$ 3,761
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em queda de 1,09%, a R$ 3,761 na venda, menor valor de fechamento desde 9 de dezembro (R$ 3,737). Durante a manhã, o dólar chegou a cair quase 4%.
É a quarta queda seguida da moeda norte-americana. Com isso, o dólar encerra a semana com queda de 5,93%, o maior tombo desde a semana encerrada em 31 de outubro de 2008, quando a desvalorização chegou a 7,22%.
O dólar acumula baixa de 6,06% no mês e desvalorização de 4,74% no ano.
Lava Jato chega a Lula e mercado reage
A operação Lava Jato lançou nesta manhã nova fase da investigação tendo como alvo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contra quem foram expedidos mandados de condução coercitiva e busca e apreensões. A operação apura possíveis crimes de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema envolvendo a Petrobras.
Notícias que aumentam a pressão sobre a presidente Dilma Rousseff, alvo de processo de impeachment, vêm sendo bem recebidas pelo mercado, que entende que eventual troca no governo pode trazer de volta a confiança e abrir espaço para mudanças na política econômica, segundo analistas.
Além disso, a investigação contra Lula poderia atrapalhar os planos do ex-presidente de concorrer à eleição em 2018, de acordo com os economistas.
"O mercado reage assim à medida que aumenta a possibilidade de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Desde a época da eleição o mercado o mercado torce pela troca de governo", disse Vitor Miziara, sócio da Criteria Investimento, ao UOL.
Bolsas internacionais
As Bolsas de Valores da Europa fecharam em alta, com exceção da Itália.
- Portugal: +1,24%
- Inglaterra: +1,13%
- França: + 0,92%
- Alemanha: +0,74%
- Espanha: +0,51%
- Itália: -0,38%
As Bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam em alta, exceto a da Coreia do Sul. A Bolsa da China avançou pelo quarto dia seguido, puxada pela alta das ações do setor bancário.
- Cingapura: +1,77%
- Hong Kong: +1,18%
- China: +0,5%
- Taiwan: +0,37%
- Japão: +0,32%
- Austrália: +0,18%
- Coreia do Sul: -0,13%
(Com Reuters)
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